Palestinos se preparam para um eventual ataque israelense
Dentro do campo foi instalado um "quartel general" para seguir minuciosamente os movimentos dos soldados israelenses estacionados há horas na fronteira da Faixa de Gaza para uma eventual operação militar de represália depois do seqüestro de um militar israelense.
Jabalia se transformou num campo de trincheiras no qual seus habitantes dizem estar dispostos a se opor aos israelenses.
"Ninguém sabe o que acontecerá, porque o exército israelense não faz distinção entre civis e militares", lamentou Omu Hassan, de 45 anos.
As crianças brincam perto da escavadeira. "Não temos medo dos judeus. São covardes. Seus blindados não conseguirão entrar em campo", proclamou Ahmed al Ustaz, de 11 anos, enquanto olha para o céu, cortado por aviões israelenses de reconhecimento.
"Não esqueceremos o massacre da (família) Ghalia", assegura Hasan Abbu Feriah, de 12 anos. "Eles (os israelense) estão dispostos a tudo: a massacrar, a assassinar", acrescentou.
O adolescente referia-se à família Ghalia, que morreu numa praia de Sudaniya, norte de Gaza, num incidente que os palestinos atribuem a um disparo da artilharia israelense, enquanto que os israelenses dizem que a explosão foi causada por uma mina.
As Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, que pertencem ao movimento Fatah do presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, multiplicam seus desfiles militares no campo e nas proximidades.
Enquanto alguns combatentes se posicionam atrás de sacos de areia, outros simulam "batalhas" contra tanques israelenses. A maioria dos combatentes palestinos está armada com metralhadoras M-16 e kalachnikovs, enquanto outros exibem lança-foguetes RPG.
Na antiga colônia israelense de Netzarim, evacuada no ano passado pelo exército israelense, Saraya Al-Qods, a facção armada da Jihad Islâmica tem uma dezena de candidatos a camicase. "Aqui está o carro-bomba e aqui os camicases. Estão dispostos a se opor a qualquer incursão israelense", afirma um dos chefes do grupo.
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