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Economia
Terça - 27 de Junho de 2006 às 09:18

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Com o objetivo de tentar destravar novamente as negociações da Rodada Doha, representantes de EUA, Europa e países em desenvolvimento se reúnem nesta semana em Genebra. Apesar do esforço político, a avaliação técnica é que a reunião tem poucas chances de destravar o nó comercial.

O cronograma de liberalização comercial da OMC (Organização Mundial do Comércio) continua atrasado porque os países ainda não conseguiram se entender sobre o nível de abertura do comércio agrícola. A reunião de ministros acontece na quinta e na sexta-feira.

Um dos motivos para o pessimismo dos negociadores brasileiros consultados pela Folha são as eleições legislativas nos EUA e gerais no Brasil, previstas para este ano. Nesse cenário, os chanceleres terão pouca manobra política para fazer as negociações avançarem.

Os técnicos das diversas áreas têm se reunido mensalmente em Genebra para definir as modalidades, ou seja, em que termos serão feitas as mudanças no comércio mundial nos próximos anos. O prazo para definir essas modalidades venceu em abril, mas não houve entendimento. Por isso, a reunião política, da qual participa o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, foi convocada.

Dessa vez as principais acusações pela dificuldade de chegar a um consenso estão recaindo sobre os EUA. O governo americano não quer aumentar a redução que propôs fazer nos gastos anuais com ajuda doméstica aos produtores rurais, tipo de subsídio considerado mais distorcivo pelos países em desenvolvimento.

Esses subsídios são considerados uma espécie de anabolizante à competitividade dos produtos agrícolas americanos no mercado internacional, o que gera uma competição desleal com os demais países.

Mas o governo americano, segundo disseram negociadores brasileiros, só quer aumentar o corte nos gastos se a Europa melhorar a oferta que fez para reduzir as tarifas de importação para produtos agrícolas e se os países em desenvolvimento --como Brasil, África do Sul, Índia-- aceitarem promover cortes em suas tarifas de importação para produtos industriais maiores do que aqueles com que já se comprometeram.





Fonte: Folha online

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