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Internacional
Terça - 27 de Junho de 2006 às 08:32

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Os italianos rejeitaram por ampla maioria a reforma constitucional submetida a referendo no domingo e nesta segunda-feira, com resultados que representam um novo revés para o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi e a centro-direita, atualmente na oposição.

Dos votos válidos, 61,7% foram para o "não", enquanto 39,3% votaram a favor, segundo dados oficiais. O índice de participação foi de 53,6%, anunciou o ministro do Interior, Giuliano Amato.

Esta porcentagem é alta para um referendo, levando em conta a taxa alcançada em outras consultas, como a de 2001, sobre uma reforma constitucional, que teve apenas 34,1% de participação.

O projeto de reforma da Constituição, que aumentava o protagonismo das regiões e fortalecia os poderes do primeiro-ministro, foi elaborado pelo governo anterior de centro-direita de Silvio Berlusconi.

A centro-esquerda recém-chegada ao poder se opôs a esta reforma, tanto em 2005, quando foi apresentada perante o Parlamento, quanto antes da consulta.

"Este voto reforçou o governo", congratulou-se o ministro da Defesa, Arturo Parisi.

"Os italianos votaram contra uma lei que havíamos denunciado como perigosa para a estabilidade das instituições republicanas", declarou o primeiro-ministro, Romano Prodi. Prodi fez campanha a favor do "não" por considerar que "esta reforma divide o país em dois, entre ricos e pobres".

Uma pesquisa de boca-de-urna realizada pela rede de TV privada SKY TG24 no fechamento das urnas mostrava que 52% dos votos eram para o "não".

Piero Fassino, secretário dos Democráticos de Esquerda (DS, o principal partido da coalizão de centro-esquerda), declarou-se "muito satisfeito" com a vitória do "não", "clara e sem equívocos".

Segundo os primeiros resultados, a rejeição da reforma constitucional foi muito clara nas regiões do sul (74,8%) e do centro (67,7%), mas também ganhou no norte da Itália (52,6%), onde está a maioria dos eleitores da Liga Norte, o partido aliado de Berlusconi que apresentou o projeto de reforma.

Umberto Bossi, líder da Liga Norte, declarou nesta segunda-feira que se o "não" ganhar, ele "emigrará para a Suíça".

Estes resultados representam um novo revés para Silvio Berlusconi, que escandalizou mais uma vez seus compatriotas, ao julgar "indignos" os partidários do "não".

Esta é a segunda derrota de Berlusconi nas urnas desde que deixou o cargo de premiê, depois das eleições municipais de maio.





Fonte: Folha Online

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