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Terça - 27 de Junho de 2006 às 08:06
Por: Edilson Almeida

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Chegou a hora da verdade. O Brasil faz nesta terça-feira a sua primeira decisão na Copa da Alemanha jogando contra um adversário perigoso: a seleção de Gana. Jogo duro, de que reserva muitas emoções. Apesar do favoritismo da seleção brasileira, os ganeses estão muito longe de serem inexperientes em competições internacionais: os Estrelas Negras – como são conhecidos - são fortes nas categorias de base e já até bateram o Brasil em Mundiais sub-17 e sub-20. Conclusão: não esperem facilidade; o Brasil deve se classificar com muito sofrimento para o torcedor.

A seleção de Gana enfrentou o Brasil em duas ocasiões pelo Mundial Sub-20. A primeira foi justamente em 1993, na decisão do torneio disputado na Austrália. O Brasil venceu por 2 a 1 e conquistou o seu terceiro título mundial em um confronto que reuniu dois atletas que hoje disputam a Copa da Alemanha: o goleiro brasileiro Dida e o zagueiro ganense Samuel Kuffour. A revanche africana no Mundial sub-20 veio em 2001, nas quartas-de-final do torneio disputado na Argentina.

Com uma base idêntica à que disputa o Mundial da Alemanha (Muntari, Essien, Pappoe, Boateng, Pimpong, Mensah e Pantsil entraram em campo naquela oportunidade), Gana venceu o Brasil por 2 a 1 e eliminou a seleção nas quartas-de-final do torneio. Do lado verde e amarelo, estavam em campo o meia Kaká, o atacante Adriano e o zagueiro Luisão, únicos três da equipe que formam a atual seleção brasileira.

O equilíbrio é grande também no sub-17. As duas seleções se enfrentaram pela primeira vez no Mundial da Itália, em 1991, com vitória ganense por 2 a 1 nas quartas-de-final. O único em campo naquela oportunidade e que disputa a Copa da Alemanha foi o zagueiro Kuffour. Quatro anos depois, no Equador, novo triunfo dos africanos, desta vez na decisão do torneio. Com o meia Appiah no banco de reservas, Gana venceu por 3 a 2 o time que contava com o goleiro Júlio César e o zagueiro Juan dentro de campo e faturou o bicampeonato mundial sub-17.

A reação brasileira começou em 1997, na final da competição realizada no Egito. Com Ronaldinho Gaúcho de camisa 10, o Brasil venceu de virada, por 2 a 1, e conquistou o primeiro de seus três títulos na categoria. Dois anos depois, na Nova Zelândia, foi a vez do time que contava com o atacante Adriano vencer Gana nos pênaltis por 4 a 2, depois do empate por 2 a 2 depois de 120 minutos de jogo. Do lado ganense, apenas o meio-campista Essien estava em campo e também disputa a Copa da Alemanha.

Além dos seis confrontos nas categorias de base, Brasil e Gana já se enfrentaram também em uma edição dos Jogos Olímpicos. Em 1996, a seleção brasileira goleou Gana por 4 a 2, com direito a dois gols do atacante Ronaldo. Além do camisa nove, o goleiro Dida também fazia parte daquela seleção, enquanto que o zagueiro Kuffour e o goleiro Kingston estavam no plantel do time africano.

A história desta Copa tem mostrado jogos duros. Exceção da Alemanha, dona da casa, que em 15 minutos avisou a Suécia que iria avançar na competição – ainda assim, teve a sorte de um pênalti não convertido por Larsson – todos os demais jogos foram verdadeiras “pedreiras”. A Argentina, apontada como a dona do melhor futebol, precisou encarar prorrogação contra os mexicanos; a Itália avançou nos acréscimos, gol de pênalti aos 50 minutos; Portugal disputou batalha campal contra os holandeses e a Inglaterra sobreviveu graças a um gol de falta. A Ucrânia eliminou a Suécia, seleção que não tomou um só gol na Copa, em decisão nos pênaltis.

Os especialistas falam taxativamente que o torcedor brasileiro vai ter que ter coração e torcer muito. Até pelas características da seleção conduzida por Carlos Alberto Parreira. “Equipes treinadas pelo Parreira tendem a inicialmente "estudar" o adversário, como se diz, à espera de que, em algum momento, descuidos de marcação ofereçam oportunidades de gol” – explica o colunista Sérgio Rizzo, em seu Blog da Copa. “Esse tal momento pode demorar, e talvez seja único em toda a partida. É irritante para quem espera pressão e sufoco sobre o outro time, mas tem um grau razoável de eficiência e, de qualquer forma, a religião de Parreira não permite contrariar essa escola”. O colunista orientou o torcedor a deixar um copo de água com açúcar ao lado do sofá, por precaução.

A partida acontecerá no Westfalenstadion, em Dortmund. Como fez na última vitória sobre o Japão (4 x 1), na quinta-feira passada, o treinador Carlos Alberto Parreira só vai anunciar a equipe no vestiário. Desta feita, no entanto, os jogadores já sabem se vão ou não atuar, o que foi revelado em uma reunião na concentração da equipe, em Bergisch Gladbach. Como não terá o atacante Robinho, sentindo uma lesão muscular na coxa direita, Parreira deverá escalar o time das pouco convincentes vitórias sobre Croácia (1 x 0) e Austrália (2 x 0). Os laterais Cafu e Roberto Carlos retornam nos lugares de Cicinho e Gilberto; os meias Emerson e Zé Roberto tomam as vagas de Gilberto Silva e Juninho Pernambucano e Adriano volta a formar dupla com Ronaldo, por conta da ausência de Robinho.

O treinador de Gana, o sérvio Ratomir Djukovic, deixou claro nesta segunda que tentaria fazer um trabalho psicológico com os jogadores para a partida contra o Brasil, informa a Reuters. “Eu devo falar para eles não terem medo da camisa, não ficarem lá olhando para os nossos ídolos, mas sim tentar pará-los” - disse Dujkovic em coletiva de imprensa. O técnico não vai contar com seu principal jogador, o meia Michael Essien, do Chelsea-ING, que está suspenso e será susbtituído por Boateng. 'Essien é o melhor jogador do mundo em sua posição, mas, seja qual for o substituto, ele será 80% do Essien', disse Djukovic.

BRASIL X GANA Local: Westfalenstadiom, em Dortmund (ALE) Horário: 12 horas (de Brasília) Árbitro: Lubos Michel (ESL) Assistentes: Roman Slysko (ESL) e Martin Balko (ESL) Brasil: Dida, Cafu, Lúcio, Juan e Roberto Carlos; Emerson, Zé Roberto, Kaká e Ronaldinho Gaúcho; Adriano e Ronaldo Técnico: Carlos Alberto Parreira Gana: Kingston, Paintsil, Mohammed, Mensah e Illiasu; Boateng, Appiah, Addo e Muntari; Gyan e Amoah. Técnico: Ratomir Djukovic.





Fonte: 24Horas News

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