Produtores rurais são orientados a plantar menos por causa do Governo
"A viabilidade da próxima safra depende disso. Não porque houve quebra da safra brasileira este ano, mas porque estamos há dois anos plantando com prejuízo", disse o diretor administrativo da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Ricardo Tomszyk.
O pacote estruturante é um complemento às medidas emergenciais anunciadas em maio, quando o governo destinou R$ 60 bilhões de crédito para a agricultura em 2006/07, valor 12,5% maior que o da safra passada, que foi de R$ 53,3 bilhões. Segundo Tomszyk, já que o Governo não quer mexer no câmbio, o única saída seriam estas medidas estruturantes.
Entre as reivindicações dos produtores, apenas o seguro agrícola e para desastres naturais tem ligeira chance de sair este ano, segundo o ministro. Já as medidas tributárias e fiscais "vão demorar mais um pouco".
Rodrigues concorda com visão pessimista dos produtores em relação à situação da agricultura. Ele não acredita que as medidas emergenciais do governo possam recuperar a projeção do PIB agropecuário este ano. "Além da redução na área cultivada tivemos queda no padrão tecnológico. Este ano foi o fundo do poço mesmo", disse a pecuaristas presentes na Feicorte.
Na visão da Aprosoja, é preciso raciocinar com a realidade e plantar menos, ainda que seja apenas para sobreviver e esperar passar esta conjunção ruim de câmbio e quebra de safra. "O produtor tem ânsia em plantar. Mesmo na atual situação ele faz uma conta arriscada e produz, mas temos que ser realistas porque o recado do governo é claro: não plantem mais", disse o diretor administrativo da Aprosoja.
Ele prevê forte queda de área aproveitada, já que nem mesmo a opção de arrendamento da terra seria viável no atual contexto. "Quem arrenda dificilmente estará em situação diferente. São poucas as chances de rentabilidade em relação aos custos de produção", explica
Uma das saídas encontradas pela cadeia produtiva para driblar a restrição de crédito ao produtor são parcerias entre tradings e fabricantes de agroquímicos. "Há cerca de dez dias estas empresas estão se juntando e oferecendo ao produtor o agroquímico em troca da safra futura. É uma forma do agricultor não ter de ir ao banco", disse Tomszyk.
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