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Estudantes percorrem Rio Amazonas em projeto da OTCA
Quarenta e cinco estudantes dos nove países amazônicos, acompanhados por 25 professores e pesquisadores da região, percorrerão o Rio Amazonas em uma expedição coordenada pela Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).
Eles saíram hoje (26) de Quito, capital do Equador – início de uma viagem de 6 mil quilômetros de distância e 34 dias de duração.
"Essa é a primeira expedição Conhecendo a Amazônia", detalhou a antropóloga que idealizou o projeto, Ione Maria de Carvalho. "Escolhemos o mesmo roteiro da viagem de Francisco Orellana, que entre 1541 e 1542 foi o primeiro branco a percorrer o Rio Amazonas em toda sua extensão".
Foi na expedição de Orellana, registrada no diário de bordo escrito pelo frei Carvajal, que o Rio Amazonas ganhou o nome atual. Nos seus relatos, o religioso narra a existência de uma tribo de mulheres guerreiras que raptavam os homens e os assassinavam depois da relação sexual. "Esse fato não tem confirmação histórica. Temos que lembrar que o frei Carvajal fantasiava muito", ponderou Carvalho.
Ela contou que, a cada noite da viagem, um historiador deve ler aos estudantes um trecho do diário de Carvajal. "Devemos fazer uma revisão da expedição espanhola. Os jovens vão poder comparar esse relato com a realidade hoje", completou a antropóloga. "Eles verão que as comunidades amazônicas possuem muitas riquezas naturais, mas também uma carência imensa de comunicação, de acesso à produção e ao consumo".
Carvalho lembrou também que os conquistadores europeus costumavam tratar os povos amazônicos com muita violência. "Os espanhóis eram muito bem recebidos pelas comunidades. E depois que Orellana conseguia tudo o que queria, em muitos casos queimava as casas e matava as pessoas."
Para participar da expedição, cada país selecionou cinco estudantes com idades entre 15 e 18 anos, por meio de concurso de redação. "Os jovens são a razão de ser do projeto. A idéia foi trabalharmos com a juventude em campo, durante as férias escolares, para que eles conheçam a Amazônia a partir dos cientistas."
A antropóloga revelou ainda que a expedição Conhecendo a Amazônia deve acontecer a cada dois anos, sempre com trajetos diferentes. Já há dois em estudo: um passaria pelo lago Titicaca e seguiria por terra até Machu Pichu (no Peru), descendo o rio Madeira até o Mato Grosso; outro percorreria o rio Orenoco (na Venezuela), chegando ao Brasil pelo rio Negro.
A expedição conta com apoio do governo do Amazonas, dos governos do Equador e do Peru e de empresas privadas, como a Companhia Vale do Rio Doce, a Gol Linhas Aéreas e a Construtora Odebrecht.
Os oito países membros da OTCA são: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela – a Guiana Francesa não está formalmente incluída porque é um departamento francês, não uma nação. A entidade foi criada em 1995, com o objetivo de facilitar a implementação do acordo (assinado em 1978) que visava ao desenvolvimento sustentável da Bacia Amazônica.
Eles saíram hoje (26) de Quito, capital do Equador – início de uma viagem de 6 mil quilômetros de distância e 34 dias de duração.
"Essa é a primeira expedição Conhecendo a Amazônia", detalhou a antropóloga que idealizou o projeto, Ione Maria de Carvalho. "Escolhemos o mesmo roteiro da viagem de Francisco Orellana, que entre 1541 e 1542 foi o primeiro branco a percorrer o Rio Amazonas em toda sua extensão".
Foi na expedição de Orellana, registrada no diário de bordo escrito pelo frei Carvajal, que o Rio Amazonas ganhou o nome atual. Nos seus relatos, o religioso narra a existência de uma tribo de mulheres guerreiras que raptavam os homens e os assassinavam depois da relação sexual. "Esse fato não tem confirmação histórica. Temos que lembrar que o frei Carvajal fantasiava muito", ponderou Carvalho.
Ela contou que, a cada noite da viagem, um historiador deve ler aos estudantes um trecho do diário de Carvajal. "Devemos fazer uma revisão da expedição espanhola. Os jovens vão poder comparar esse relato com a realidade hoje", completou a antropóloga. "Eles verão que as comunidades amazônicas possuem muitas riquezas naturais, mas também uma carência imensa de comunicação, de acesso à produção e ao consumo".
Carvalho lembrou também que os conquistadores europeus costumavam tratar os povos amazônicos com muita violência. "Os espanhóis eram muito bem recebidos pelas comunidades. E depois que Orellana conseguia tudo o que queria, em muitos casos queimava as casas e matava as pessoas."
Para participar da expedição, cada país selecionou cinco estudantes com idades entre 15 e 18 anos, por meio de concurso de redação. "Os jovens são a razão de ser do projeto. A idéia foi trabalharmos com a juventude em campo, durante as férias escolares, para que eles conheçam a Amazônia a partir dos cientistas."
A antropóloga revelou ainda que a expedição Conhecendo a Amazônia deve acontecer a cada dois anos, sempre com trajetos diferentes. Já há dois em estudo: um passaria pelo lago Titicaca e seguiria por terra até Machu Pichu (no Peru), descendo o rio Madeira até o Mato Grosso; outro percorreria o rio Orenoco (na Venezuela), chegando ao Brasil pelo rio Negro.
A expedição conta com apoio do governo do Amazonas, dos governos do Equador e do Peru e de empresas privadas, como a Companhia Vale do Rio Doce, a Gol Linhas Aéreas e a Construtora Odebrecht.
Os oito países membros da OTCA são: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela – a Guiana Francesa não está formalmente incluída porque é um departamento francês, não uma nação. A entidade foi criada em 1995, com o objetivo de facilitar a implementação do acordo (assinado em 1978) que visava ao desenvolvimento sustentável da Bacia Amazônica.
Fonte:
ABr
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/292413/visualizar/
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