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Internacional
Segunda - 26 de Junho de 2006 às 06:07

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O primeiro-ministro do Timor Leste, Mari Alkatiri, anunciou hoje sua renúncia para tentar pôr fim à crise que vive o país.

Em entrevista coletiva em Dili, Alkatiri disse que estava disposto a deixar seu cargo para evitar a renúncia do presidente do Timor Leste, Xanana Gusmão, em entrevista coletiva em Dili transmitida por meios de comunicação australianos.

A renúncia ocorre um dia depois que José Ramos-Horta renunciou ao cargo de ministro de Exteriores e Defesa, da mesma forma que o ministro das Telecomunicações, Ovidio Amaral, como forma de protesto até que o partido governista - o Fretilin, liderado por Alkatiri - escolhesse um novo líder.

O primeiro-ministro indicou que sua renúncia tem como objetivo evitar a do presidente Gusmão, que na semana passada ameaçou deixar seu cargo caso o primeiro-ministro permanecesse no cargo.

Alkatiri recebeu ontem o apoio do Fretilin, que decidiu, através de um consenso interno, manter o primeiro-ministro no cargo apesar das pressões de políticos, cidadãos e da igreja a favor de sua renúncia.

Alkatiri está sendo responsabilizado por grande parte da opinião pública timorense de causar a onda de violência ocorrida no país após a expulsão, em março, de 600 militares - um terço de todos os efetivos do país - por se manifestarem para exigir o fim da discriminação étnica.

Cerca de 30 pessoas morreram em enfrentamentos que explodiram nas ruas de Dili após a expulsão dos militares, enquanto gangues de civis armados iniciaram confrontos que inicialmente foram atribuídos às disputas entre as etnias "lorosae" (oriundos do leste do país) e "loromono" (ocidentais).

Outras 100 mil pessoas fugiram de seus lares em Dili e ainda permanecem, em grande parte, em campos de refugiados e em locais considerados seguros como igrejas e seminários católicos.

A crise timorense determinou a intervenção de forças da Austrália, Malásia, Portugal e Nova Zelândia com a missão de frear a escalada de violência.




Fonte: Agência EFE

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