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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Segunda - 26 de Junho de 2006 às 01:35

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Sidney - A Austrália alertou hoje sobre o perigo de haver uma nova onda de violência no Timor Leste e sobre o risco de desintegração do Governo do país após a renúncia do ministro de Exteriores e Defesa, José Ramos-Horta.

O primeiro-ministro australiano, John Howard, manifestou através da rádio australiana "ABC" que espera que Ramos-Horta - que se comprometeu a continuar à frente de suas atribuições até que seja escolhido um novo Governo - continue participando da política do país.

O partido Fretilin, governante, decidiu neste domingo apoiar a continuidade no cargo do primeiro-ministro, Mari Alkatiri, o que provocou a renúncia de Ramos-Horta e do ministro das Telecomunicações, Ovidio Amaral.

O comandante das forças australianas postadas no Timor, Michael Slater, disse ter sido informado que centenas de partidários de Alkatiri, de quem o presidente Xanana Gusmão pediu a renúncia, estão preparados para entrar na cidade e manifestar-se a favor de seu líder.

As tropas australianas estão em alerta pelo temor de que os partidários de Alkatiri entrem em confronto aberto com os contrários ao primeiro-ministro, que se manifestaram durante os últimos dias para exigir sua renúncia. O ministro australiano de Exteriores, Alexander Downer, também manifestou sua preocupação diante da possibilidade de "os partidários e os oponentes do primeiro-ministro Alkatiri se enfrentarem nos próximos dias".

Alkatiri está sendo responsabilizado por grande parte da opinião pública timorense de causar a onda de violência ocorrida no país após a expulsão, em março, de 600 militares - um terço de todos os efetivos do país - por se manifestarem para exigir o fim da discriminação étnica.

Cerca de 30 pessoas morreram em enfrentamentos que explodiram nas ruas de Díli após a expulsão dos militares, enquanto gangues de civis armados iniciaram confrontos que inicialmente foram atribuídos às disputas entre as etnias "lorosae" (oriundos do leste do país) e "loromono" (ocidentais).

Outras 100 mil pessoas fugiram de seus lares em Díli e ainda permanecem, em grande parte, em campos de refugiados e em locais considerados seguros como igrejas e seminários católicos. A crise timorense determinou a intervenção de forças da Austrália, Malásia, Portugal e Nova Zelândia com a missão de frear a escalada de violência.




Fonte: EFE

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