Itália vota reforma constitucional neste domingo

Os italianos vão às urnas neste domingo e na segunda-feira para votar um projeto de reforma constitucional sugerido pelo ex-governo de centro-direita de Silvio Berlusconi e considerado pelo atual executivo de centro-esquerda uma ameaça à unidade nacional.

Quase três meses depois das legislativas vencidas por Romano Prodi, o referendo é o novo confronto entre os dois blocos que dividem os italianos, aparentemente não muito interessados na consulta. Duas horas antes do fechamento das urnas, a taxa de participação era de dez milhões de participantes (22,4%), para 50 milhões de eleitores inscritos.

Após as legislativas de 9 e 10 de abril, os eleitores voltaram às urnas no fim de maio para eleições municipais nas principais cidades italianas. Desta vez, os responsáveis temiam um alto índice de abstenção, o que pode invalidar o referendo, pois segundo a lei italiana o mínimo necessário é de 50% dos votos.

Por isso, o presidente da República, Giorgio Napolitano, lançou um apelo aos italianos com direito a voto para que dêem sua opinião nas urnas sobre a reforma que, segundo ele, atinge "o ato fundador" da República.

Berlusconi também pediu o voto dos eleitores, mas para "dar uma lição ao governo" de Prodi.

O referendo se refere a uma ampla revisão da Constituição negociada ano passado por Berlusconi com os populistas da Liga Norte, favoráveis à criação de um Estado federativo, com a separação das regiões do norte do país.