Estudo demonstra crescente solidão dos americanos
"As maiores perdas ocorreram nos laços que nos unem à comunidade e à vizinhança", destacou o estudo realizado em 2004 junto a 1.500 pessoas em todo o país, e publicado na edição de junho da American Sociological Review. Em 1985, o americano médio era capaz de apontar três pessoas em que podia confiar.
Em 2004, este número caiu para dois, e um em cada quatro americanos disse não ter qualquer confidente - uma enorme diferença em relação à confortável rede de apoio retratada no sitcom"Friends", que se tornou sucesso na TV americana.
Enquanto isso, a proporção daqueles com pelo menos seis amigos próximos - inclusive membros da família - despencou para menos de 5% da população. "Normalmente você não vê esta grande mudança social em 20 anos", disse a co-autora do estudo, Lynn Smith-Lovin, professor de Sociologia da Universidade Duke da Carolina do Norte.
Smith-Lovin disse ao jornal USA Today que amizades próximas fornecem uma rede de segurança crucial, tanto em situações normais quanto extremas. "Seja para pegar um filho ou para encontrar alguém para ajudá-lo a sair de uma cidade afetada por um furacão, estas são pessoas nas quais dependemos", afirmou.
De acordo com o estudo, a lacuna de redes sociais foi preenchida por familiares diretos, retratado pela duplicação da proporção de consultados que responderam ser o cônjuge o seu único confidente. A pesquisa mencionou algumas explicações para as pessoas terem se tornado mais isoladas, entre as quais o aumento das horas de trabalho e uma maior confiança na comunicação pela internet do que na interação cara a cara. "Seja qual for a razão, parece que os americanos estão muito menos vinculados estreitamente do que eram 19 anos atrás", concluiu o estudo.
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