Badgá decreta toque de recolher

O governo iraquiano declarou estado de emergência e impôs um toque de recolher na noite de ontem em Bagdá. A medida foi anunciada depois de milicianos terem armado bloqueios no centro da cidade e aberto fogo contra soldados americanos e iraquianos perto da Zona Verde, um bairro fortificado de Bagdá onde situam-se os principais edifícios do governo iraquiano e a Embaixada dos Estados Unidos.

Com apenas duas horas de antecedência, o primeiro-ministro do Iraque, Nouri al-Maliki, determinou que todas as pessoas deveriam recolher-se ao interior de suas casas e que ninguém deveria circular pelas ruas da capital durante a noite.

Enquanto o estado de emergência e o toque de recolher eram anunciados na capital, a explosão de um carro-bomba perto de um mercado e de um posto de gasolina em Basra, no sul do Iraque, deixou cinco mortos e 18 feridos, informou a polícia local. Em Hibhib, a nordeste de Bagdá, uma explosão numa mesquita sunita matou dez fiéis e feriu 15. Hibhib é a cidade nos arredores de Baquba onde o extremista jordaniano Abu Musab al-Zarqawi foi morto em um bombardeio americano no início do mês.

Forças americanas e iraquianas também entraram em choque com milicianos em Dora, um perigoso bairro da zona sul de Bagdá. Mais 19 mortes de iraquianos foram reportadas ontem somente na capital.

Enquanto isso, o Exército dos Estados Unidos confirmou a morte de mais cinco soldados americanos no Iraque, sendo dois hoje e três entre quarta e quinta-feira. Mesmo com o número de mortes de soldados em alta, o governo americano se recusa a retirar as tropas do Iraque.

De acordo com uma contagem da Associated Press, as novas mortes elevam a 2.517 o número de soldados americanos mortos no Iraque desde março de 2003, quando forças estrangeiras lideradas pelos EUA invadiram o país árabe em busca de armas de destruição em massa que nunca vieram a ser encontradas. Ainda ontem, soldados americanos disseram ter matado quatro supostos insurgentes durante uma ofensiva nos arredores de Faluja.