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Nacional
Sexta - 23 de Junho de 2006 às 14:51

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Pesquisa divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta para diminuição do número de crianças desnutridas e aumento do número de adolescentes fora do peso no país, nos últimos 30 anos.

Os resultados da pesquisa estão diretamente ligados às condições econômicas das famílias dessas crianças e adolescentes.

Em 1974 e em 1975 uma parcela de 3,9% dos meninos e 7,5% das meninas entre 10 e 19 anos estavam acima do peso. Em 2002 e em 2003, os percentuais saltaram para 18% e 15,4%, respectivamente.

São 8,5% dos meninos de famílias com até meio salário mínimo per capita que estão acima do peso, enquanto até 28,2% deles estão nas famílias com cinco ou mais salários mínimos per capita. Os percentuais são de 8,9% e 18,4% quando as pesquisadas são meninas.

Em 1973 e 1974, a desnutrição atingia uma em cada cinco (20,8%) das crianças de até 5 anos de áreas urbanas, e uma em cada quatro (27,4%) nas áreas rurais. Em 2002 e 2003, apenas uma em cada 20 encontrava-se nesse estado nutricional --os percentuais caíram, respectivamente, para 5,3% e 5,8%.

Na década de 70, a incidência da desnutrição atingia 30,8% de famílias com renda de até meio salário mínimo per capita e 4% das famílias com renda de cinco ou mais salários mínimos per capita. Já em 2002 e 2003, os percentuais eram 8,7% e 1,5%, respectivamente.

A POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) foi feita em parceria com o Ministério da Saúde. O IBGE visitou 48.470 em todos os Estados brasileiros no segundo semestre de 2002 e no primeiro semestre de 2003, para avaliar hábitos de consumo do brasileiro. O instituto não divulgou números absolutos.

Desnutrição

No Brasil, a incidência de casos de desnutrição entre crianças menores de 10 anos é maior nas áreas rurais da região Norte (14,5% para menores de 5 anos e 12% para crianças entre 5 e 9 anos).

Após o Norte rural, as maiores prevalências de desnutrição entre menores de 5 anos são vistas no Norte urbano (9,9%), no Nordeste rural (8,7%) e no Nordeste urbano (7,7%). Os menores índices de desnutrição foram observados entre as crianças menores de 5 anos de áreas urbanas ou rurais das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

São 22,18% os garotos nascidos nas famílias com o menor rendimento per capita que têm déficit de altura, enquanto 28,2% daqueles nascidos nas famílias com o maior rendimento estão com excesso de peso, informou o IBGE.

Os maiores déficits de altura também foram registrados nas áreas rurais do Norte, com 28,8% entre os meninos. Os déficits de altura diminuem com o aumento da renda familiar: cerca de 20% dos adolescentes apresentam déficits de altura quando a renda é de até meio salário mínimo per capita e de 4% a 5% quando a renda é de 5 ou mais salários mínimos per capita.

Obesidade

É entre as meninas que vivem em áreas urbanas que está o maior índice de obesidade.

Pouco mais de 2% dos adolescentes brasileiros foram diagnosticados como obesos, sendo 1,8% os meninos obesos e 2,9% as meninas obesas. A maior freqüência de obesidade ocorreu entre meninas do Sudeste urbano (4%) e a menor entre meninos do Nordeste rural (0,2%).

Há diferenças menos marcantes entre meninas. Nelas, a freqüência de excesso de peso foi apenas ligeiramente maior nas regiões Sul (17%), Sudeste (18%) e Centro-Oeste (15,6%) do que no Norte (13,9%) e Nordeste (11,6%).

A freqüência de adolescentes com excesso de peso foi de 16,7% em 2002 e 2003, e um pouco maior em meninos (17,9%) do que em meninas (15,4%). Em ambos os sexos, a freqüência foi máxima entre adolescentes de 10 e11 anos (cerca de 22%).

A freqüência de adolescentes do sexo masculino com excesso de peso foi maior nas regiões Sul (22,6%), Sudeste (21,5%) e Centro-Oeste (19,3%) do que nas regiões Norte (15,3%) e Nordeste (11,8%). Dentro de cada região, o problema em meninos foi sempre mais freqüente no meio urbano do que no meio rural.





Fonte: Folha Online

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