Menino tem paralisia cerebral após operar fimose
O pai acredita em erro médico e vai processar a unidade. A direção do hospital investiga o que aconteceu e afirma que deu todo o suporte necessário à criança. "É uma morte sem morte. Meu filho chegou andando ao hospital para fazer duas cirurgias simples e saiu de lá assim. Ele parou de falar. Não sei se me escuta e entende, mas continuo falando com ele, conversando, tentando ajudar", diz Francisco Oliveira e Silva, 46 anos.
Francisco, que cria Ravy e outros dois filhos sozinho, conta que viu o menino agonizar após a cirurgia: "Várias crianças foram operadas no mesmo dia, mas meu filho não ia para o quarto. Estranhei. Procurei os médicos, que disseram que ele teve uma parada cardíaca, mas estava fora de risco. Entrei na sala, vi meu filho como se tivesse tendo uma convulsão e me desesperei".
Francisco alega que o hospital não tem Centro de Tratamento Intensivo (CTI) e que seu filho teve que esperar por quase uma hora até ser transferido para o Hospital dos Servidores do Estado (HSE), no Centro do Rio.
"O hospital de Duque de Caxias não tinha como socorrer meu filho, porque não tem CTI. É um absurdo e coloca outras crianças em risco".
O médico Guilherme Pinto da Silva Garzoni, diretor da unidade, afirma que não faltou socorro ao paciente. Ele diz que faz cirurgias de pequeno porte e não é obrigado a ter CTI. Observa ainda que, antes de transferir o menino, a equipe precisou manter suas funções vitais.
"Antes de ser transferido, foi preciso garantir sua vida", explica o médico, acrescentando que foi aberta sindicância interna para apurar o que causou a parada cardíaca. "Quando se tem parada cardíaca, falta oxigênio no cérebro, o que causa seqüelas, que nem sempre são aparentes. Pode ter sido reação ao anestésico", afirma.
Ravy ficou internado no CTI do HSE até o dia 22 de fevereiro. "Estou tentando conseguir fisioterapia. Os vizinhos me ajudam a comprar fraldas plásticas", diz o pai, que vende frutas desidratadas para sobreviver.
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