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Economia
Sexta - 23 de Junho de 2006 às 07:06
Por: Anelise Moreno

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Cerca de 17 mil hectares (ha) usados para o plantio de soja e algodão poderão dar lugar à produção de cana-de-açúcar a partir do segundo semestre deste ano, em Primavera do Leste (239 quilômetros ao Centro Leste de Cuiabá). A produção será usada como matéria-prima para alimentar uma usina que, dentro de no máximo dois anos, deve iniciar a fabricação de álcool, açúcar, energia elétrica e biocombustível, por meio de um projeto integrado de aproveitamento da cana-de-açúcar.

A gestão do empreendimento, assim como o fornecimento da matéria-prima, será feita pelos agricultores do município, que administrarão a usina por meio de uma cooperativa de produtores rurais.

Inicialmente, o projeto prevê o beneficiamento de 1 milhão de toneladas (t) de cana-de-açúcar por ano, conforme conta o produtor primaverense Edgar Cosentino, que idealizou o empreendimento. O volume de cana seria suficiente para alimentar a produção de 500 mil litros de álcool por dia. Ele não informou a capacidade inicial de fabricação dos outros produtos.

Dos 17 mil/ha usados para a lavoura, cerca de 12 mil/ha, serão para o corte. Outros 5 mil/ha vão garantir a rotatividade da cultura. Em média a cana possui uma vida útil de cinco anos.

O tempo equivale ao número de cortes que a planta tolera sem perder a produtividade. Após esse prazo o rendimento da lavoura cai para cerca de 60% do total, conforme explica o presidente do Sindicato das Indústrias Sucro-alcooleiras de Mato Grosso (Sindalcool), Piero Vincenzo Parini. Ele destaca que o primeiro corte acontece normalmente 18 meses após o plantio da lavoura, o que significa que a matéria-prima poderá ser beneficiada somente um ano e meio depois do início do plantio.

Cosentino frisa que o projeto da usina de Primavera do Leste está em fase avançada, faltando apenas o estudo de viabilidade econômica para ser concluído. A expectativa é que o levantamento seja concluído ainda este ano, para que seja possível dar início ao plantio da lavoura. Segundo ele, além de condições climáticas e solo favoráveis, o município possui uma logística que facilita o escoamento da produção. Ele lembra que o terminal da Ferronorte está a cerca de 300 quilômetros de distância da cidade.

O secretário-adjunto de Desenvolvimento da Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), José Epaminondas Conceição, destaca que o cultivo de cana-de-açúcar para produção de álcool e açúcar, entre outros produtos, é uma alternativa à agricultura mato-grossense, principalmente neste cenário de crise. Em todo Estado ele espera que a área de canaviais salte de 220 mil/ha para cerca de 1 milhão/ha nos próximos anos.

CHAMADA -- Para incentivar a diversificação de culturas, a Sicme está buscando investidores interessados em injetar recursos no setor sucro-alcooleiro. Conceição ressalta que Mato Grosso possui cerca de 27 milhões/ha ocupados com lavouras de soja, algodão e pasto para pecuária. A intenção é que pelo menos 1 milhão/ha sejam usados para produção de cana-de-açúcar.





Fonte: Diário de Cuiabá

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