Sanecap adota medidas para evitar furto de cabos
Segundo Pinheiro, 98% dos furtos são de cabos elétricos trifásicos e acontecem nos poços artesianos, que são menos protegidos que as estações de tratamento. Entre os cabos, os mais procurados são os de 3 x 16 mm² e os de 3x 25 mm² , com maior quantidade de cobre. A busca pelo metal, cujo quilo pode ser vendido na praça por até R$ 8,50, é a causa dos furtos freqüentes registrados pela Sanecap, que provocam um prejuízo de cerca de R$ 30 mil mensais à Companhia. Além dos gastos com a mobilização de equipe para o conserto, ainda é necessário comprar novos cabos: um rolo com 100 m. custa em média R$ 2.500,00. “Mesmo que se furte apenas um pequeno pedaço de cabo, é necessário comprar um rolo inteiro, e isso causa um grande prejuízo”, comentou Pinheiro. Além dos cabos, os painéis de comando, que podem ser vendidos por preços que variam de R$ 1 mil a R$ 15 mil, e os boosters, também são alvo dos ladrões.
Ao prejuízo operacional soma-se o social. Como os poços artesianos foram construídos para atender os bairros onde o abastecimento de água é intermitente, a falta da água poços prejudica muitas famílias.
Cuiabá possui atualmente 90 poços artesianos ativos. O equipamento é controlado automaticamente, porém a Sanecap mantém 15 funcionários, os manobristas, que trabalham em esquema de plantão e cuja função é checar diariamente o funcionamento dos equipamentos.
Furtos viraram rotina
Os furtos de cabos e outros materiais do sistema elétrico dos poços já se tornaram rotina entre os responsáveis pela manutenção eletromecânica da Sanecap, uma equipe de 17 funcionários.
O furto mais recente ocorreu no último dia 14 de junho, no bairro Dr. Fábio, onde foram roubados 10 m. de cabo 3x25mm², além de outros materiais componentes do poço artesiano.
Há cerca de 90 dias, um quadro de comando, equipamento que controla a bomba do poço, foi furtado no bairro Nova Esperança. Outro caso é o de uma escola municipal do bairro Santa Laura, onde a Sanecap tenta há algum tempo reativar o poço, que atende à escola e a uma creche. Mal é instalado, o padrão do poço é roubado, o que impede que o serviço avance. “Com isso, a escola fica sem água”, lamenta Pinheiro. Há cerca de 15 dias, no bairro Três Barras, poucas horas após a instalação do concreto e mesmo antes que este secasse, os cabos trifásicos foram furtados. Segundo Pinheiro, foi necessária a contratação de um guarda para o local.A impunidade ainda é grande. Poucos ladrões são pegos em flagrante e apenas três pessoas foram presas – e depois soltas - nos últimos anos devido a este tipo de furto. “Lavramos boletins de ocorrência para todos os furtos”, disse Pinheiro.
Além dos roubos, outros tipos de vandalismo também atingem principalmente os poços artesianos. Tem se tornado comuns invasões aos terrenos destinados aos poços, que medem 10 x 15m² . Foi o que aconteceu no bairro 1º de Março, onde uma igreja evangélica construiu sua sede no terreno destinado ao poço, passando este a ficar nos fundos do prédio. “Cercamos o poço com telas, mas as pessoas invadem, quebram”, observou o engenheiro Noé Rafael, assessor da Sanecap. Ele comenta que os fossos de coleta e tratamento de esgoto, a maioria instalados em locais afastados, também sofrem furtos constantes. “A população precisa se conscientizar. O vandalismo e o furto prejudicam a todos.”
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