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Internacional
Quinta - 22 de Junho de 2006 às 20:50

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As famílias de militares envolvidos ou mortos no Iraque começaram a cercar o Congresso americano nesta quinta-feira, em Washington, para protestar contra os deputados que se recusam a diminuir o número de soldados no Iraque.

Sob o sol, diante das famílias, começaram a se amontoar botas de soldados, que simbolizam as perdas americanas, e sapatos, que lembram as mortes de homens, mulheres e crianças iraquianos no conflito iniciado em março de 2003.

"A conta transbordou no dia 15 de junho, dia da morte do 2.500º soldado americano", declarou Elizabeth Frederick, em nome da organização "Famílias dos militares que ousam falar" (MFSO, Military Families Speak Out). "Meu filho morreu no dia 26 de abril de 2004, ele foi o número 720, hoje estamos no 2.511", disse Al Zappala, cujo filho morreu quando protegia inspetores em busca de armas de destruição em massa.

"Tragam nossas tropas para casa e nunca mais as enviem a uma guerra baseada numa mentira", afirmou, dirigindo-se aos parlamentares.

Os deputados da Câmara dos Representantes e os senadores se recusaram a fixar uma data para a retirada das tropas do Iraque, atualmente de 127.000 soldados, endossando assim a posição do presidente George W. Bush.

A pedido da MFSO, pais e mães anunciaram nesta quinta-feira o lançamento de uma operação destinada a "mostrar as conseqüências de sua inércia" e a convencer os parlamentares a "tomar a decisão de pôr fim a esta guerra". "A cada dia, uma média de dois soldados americanos morre no Iraque", disse Al Zappala, brandindo dois pares de botas.

Esta manifestação, prevista para durar até 7 de agosto, data do encerramento da sessão parlamentar, pode no entanto se tornar um protesto permanente de militantes na colina do Capitólio, sede do Senado e da Câmara dos Representantes.

Os ativistas da MFSO, que afirmam ter conseguido a adesão de 3.000 famílias, devem protestar todos os dias úteis até conseguirem encerrar o conflito. Os americanos também estão sendo convocados a escrever cartas aos deputados.

"Tragam nossas crianças para casa, agora, eles fizeram tudo que podiam", implorou, chorando, Mona Parsons de Ohio (norte), cujo filho ainda está no Iraque.

"Esta guerra é injusta, ela está baseada em mentiras", disse Elaine Johnson, da Carolina do Sul (sudeste), cujo filho de 22 anos morreu num helicóptero. "Sejam pessoas melhores", disse ela aos parlamentares, estimando que sua "missão" só terminaria com o fim da guerra.

"Se nada for decidido, é provável que 350 soldados americanos morram até as eleições de novembro, assim como vários iraquianos", destacou Stacy Bannerman, cujo marido lutou no Iraque.

Ao lado dos militantes da MFSO, Stacy disse estar determinada a cercar o Congresso. "Qual nome vocês querem acrescentar à lista de vítimas no Iraque, que não pára de crescer?"





Fonte: AFP

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