Saldo negativo tem alta de 66% no emprego

Mato Grosso registra no mês de maio o maior saldo negativo de empregos em 2006, de 3,388 mil vagas de trabalho contra 2,040 mil postos em abril, alta de 66,07%.

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostram que o avanço no saldo negativo é impulsionado desta vez pelos setores de comércio e serviços, com demissões em massa em função do impacto da crise do agronegócio. A agropecuária continua com o maior saldo negativo em números absolutos, de 2,563 mil postos de trabalho no mês passado.

O comércio contabiliza saldo negativo de 1,264 mil vagas ante o déficit de 201 empregos no mês de abril, o que corresponde a uma variação de 528%. O saldo negativo do setor de serviços também encorpou consideravelmente na comparação, passando de 217 vagas de trabalho em abril para 813 postos em maio, alta de 274%. No mês de maio houve 4,4 mil admissões no comércio ante 5,664 mil desligamentos. No ramo de serviços foram efetivadas no mês passado 3,871 mil contratações contra 4,684 mil demissões.

"Isso revela que a crise no campo vai afetando cada vez mais as cidades", pontua o economista e consultor da Federação das Indústrias (Fiemt), Carlos Vitor Timo. O desempenho positivo da indústria de transformação impede um saldo negativo de empregos ainda mais volumoso no Estado. A indústria é o terceiro maior empregador em Mato Grosso e registra saldo positivo de 734 empregos em maio.

O resultado decorre das 4,172 mil contratações ante 3,438 mil desligamentos no período. O bom desempenho pode ser explicado pelo aumento na demanda interna e abertura de novos mercados para produtos como a carne, açúcar e bebidas. Mas o saldo do setor é inferior ao relatório do mês de abril, quando a indústria de transformação detinha saldo positivo de 1,383 mil vagas, fruto das 4,205 mil admissões contra 2,822 mil demissões.(Leia mais na página 2)