Seqüestradores anunciam sentença de morte para diplomatas russos
A organização terrorista Al Qaeda tinha assumido o seqüestro dos quatro russos - todos com status diplomático, embora somente um seja diplomata de carreira - e ameaçaram matá-los em 48 horas se Moscou não retirasse suas tropas da Chechênia e libertasse prisioneiros muçulmanos.
"O conselho consultivo dos Mujahedins decidiu aplicar a lei de Alá e dar a sentença de morte (aos russos)", explica o comunicado, cuja autenticidade ainda não foi verificada.
O Kremlin pediu a libertação dos quatro diplomatas pouco depois do anúncio dos seqüestradores. "Estamos comprovando toda a informação e voltamos a pedir a libertação de nossos diplomatas", declarou o porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores russo, Mikhail Kaminin.
A Chancelaria russa pediu aos seqüestradores que "não cometam esse ato irreparável e conservem a vida" dos funcionários da embaixada russa em Bagdá, ao lembrar que "o povo russo jamais declarou uma guerra contra o Islã".
Além disso, a rede de televisão "Al Jazira", do Qatar, exibiu, horas depois da ameaça, um vídeo em que uma irmã de um dos reféns pede aos seqüestradores que não matem seu irmão.
Com um lenço na cabeça, ela garantiu no vídeo que seu irmão era muçulmano e a única fonte de sustento de sua família.
O Conselho de Mujahedins foi criado no começo do ano e reúne vários grupos terroristas do Iraque, entre eles o braço iraquiano da Al Qaeda, e são os que nesta segunda-feira reivindicaram a autoria da morte de dois soldados americanos.
O seqüestro dos quatro diplomatas russos aconteceu em 3 de junho, às nove da manhã, a cerca de 400 metros da sede diplomática.
Dois veículos bloquearam a passagem do automóvel da missão, que imediatamente foi metralhado. O agente de segurança da embaixada da Rússia, que viajava no automóvel, foi ferido gravemente e seus quatro acompanhantes foram seqüestrados.
Os agressores tiraram o ferido do automóvel, mas ele morreu pouco depois. Os reféns foram identificados como Fiodor Zasitsev, terceiro secretário da embaixada, e os funcionários da missão Rinat Agliulin, Anatoli Smirnov e Oleg Fedoseiev.
Nesta quarta-feira cerca de 150 empregados iraquianos foram seqüestrados por homens armados em Taji, povoado situado ao norte de Bagdá, segundo informaram fontes da Policia iraquiana.
Segundo as fontes, funcionários de empresas ligadas ao Ministério da Indústria iraquiano foram tirados à força de seu trabalho por cerca de cinqüenta pessoas não identificadas.
Dezenas de diplomatas estrangeiros foram seqüestrados por diferentes grupos armados no Iraque desde a invasão do Iraque em março de 2003. Embora muitos tenham sido libertados após árduas negociações, outros foram assassinados por seus seqüestradores.
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