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Quarta - 21 de Junho de 2006 às 11:24

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Vila Bela da Santíssima Trindade, MT – Da teoria à prática, o projeto Jornada Técnica da Pecuária, uma iniciativa do Governo do Estado, está sendo utilizado como um instrumento para mudar a realidade no campo na região Oeste, que possui 2,7 milhões de cabeças de gado. Centenas de profissionais da cadeia da pecuária estão recebendo informações sobre o mercado e novas tecnologias para os produtores.

O objetivo é fomentar o aumento da produtividade e da qualidade da carne bovina produzida em Mato Grosso para que os pecuaristas possam ampliar a sua participação no mercado internacional. Nesta sexta-feira (23.06), a jornada será realizada em Pontes e Lacerda (448 km a Oeste de Cuiabá), das 8h às 18h, na Câmara de Vereadores. No sábado, o evento ocorre das 8 às 12 horas. Pontes e Lacerda tem um rebanho de 639.448 animais e 1.768 criadores.

Em Vila Bela, Município com 1.383 produtores e um rebanho de 863.113 cabeças de gado, os participantes elogiaram o ciclo de palestras técnicas que vão ocorrer em 60 municípios que concentram a maior parte do rebanho estadual. As palestras apresentam informações sobre as perspectivas de mercado para exportação da carne bovina, orientações práticas de como o pecuarista pode melhorar o rendimento com a sua produção, por meio de melhorias na genética, manejo, alimentação e sanidade animal.

“Graças ao Governo agora podemos melhorar o rendimento de nosso rebanho com mais qualidade, principalmente na região Oeste”, disse o presidente da Associação dos Produtores Rurais da Região Fronteiriça BrasilBolívia (Aprofon), Evilásio de Figueiredo.

Evilásio é um pequeno produtor da Gleba Palmari, em Vila Bela, onde cria apenas seis cabeças de gado. No local, vivem 120 famílias de pequenos agricultores que além da pecuária cultivam milho, arroz, entre outras culturas.

Na sua opinião, o projeto da jornada é fundamental para orientar os produtores. “Não importa se eu tenho uma ou mil cabeças de gado. O cuidado com a sanidade animal deve ser o mesmo, principalmente porque compramos e vendemos animais da Bolívia”, disse ele, referindo-se a doenças como a febre aftosa. “Com essa orientação vamos ficar mais conscientes”.

No Município, o coordenador do projeto, o médico veterinário e especialista em pecuária de corte, Zeno Albert, proferiu palestras sobre perspectivas de mercado para a carne bovina no Brasil e formação de manejo de pastagem. Os dois temas abordados foram atentamente anotados e assimilados pelo pequeno produtor

Henrique Ortiz. Ele cria 60 cabeças de gado na Gleba Guaporé 2 e deixou sua propriedade para se deslocar de moto, até a Câmara de Vereadores, em Vila Bela, para participar do evento. “A partir dessas informações dá para a gente aprender muita coisa que a gente estava fazendo errado. E agora com uma apostila a gente em casa pode acompanhar tudo na teoria e aplicar no dia-a-dia”, disse Ortiz.

Evilásio e Henrique são dois exemplos de pequenos produtores familiares que até então desconheciam o que fazer para melhorar a qualidade e produtividade de seus rebanhos. E eles não são os únicos: conforme levantamento do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), 81% do rebanho do Estado estão em pequenas e médias propriedades rurais, sendo 45% (12,06 milhões de animais) em fazendas com até mil cabeças de gado e outros 36%, que correspondem a 9,76 milhões de animais do volume total de Mato Grosso, em propriedades com até 5 mil cabeças de gado.

A exemplo de Evilásio e Henrique, o técnico zootenista Rafael Vidal Silva também elogiou o projeto do Governo do Estado por acreditar que somente com informações sobre o setor é possível melhorar a competividade. “De nada adianta termos o maior rebanho se não formos competitivo. Para isso, temos que ter mais qualidade e uma melhor produtividade do nosso rebanho”, disse ele.

Palestras

Além de apresentar um panorama dos mercados europeu, americano e asiático da carne, com sua peculiaridades de consumo, Zeno Albert, tirou dúvidas dos participantes. Durante três horas, ele também falou sobre a formação de manejo de pastagem, um dos principais assuntos ligados à pecuária. “Boa nutrição do rebanho é sinônimo de boas pastagens e bem manejadas, considerando que 90% da nossa carne é produzida a pasto. É muito comum fazendas que trabalham sem um programa de manejo terem sérios problemas de alimentação do rebanho, no período da seca, resolvendo esta situação somente com a implantação de um programa com manejo racional das pastagens, onde utiliza-se de forma racional a pastagem no período das águas, não perdendo capim, permitindo com isso vedar algumas áreas para a seca”, explicou Zeno.

Na sua opinião, o pecuarista terá que ser um agricultor e um grande manejador de pastagens, porque não basta ter oferta suficiente de pasto e não saber utilizá-la corretamente. “Na região Centro-Oeste o desenvolvimento dos pastos é muito grande na primavera e no verão, representando nas brachiarias em torno de 80% da produção”, explicou.

Com o conteúdo na apostila que foi distribuída e falando aos participantes, o especialista em pecuária de corte fez recomendações para uma correta formação de pastagens.”A preparação de solo vai depender do tipo de vegetação existente na área, sendo que deverá ser definido o método e o maquinário mais adequado em função desta vegetação. No momento de retirar a vegetação nativa, temos que considerar a preservação do meio ambiente e o bem estar animal”, disse ele.

Beneficiados

segue em Pontes e Lacerda. O projeto já contemplou os Municípios de Cáceres, Mirassol D’Oeste, Araputanga, Jaciara, Guiratinga, Itiquira, Poxoréu, Paranatinga, Rondonópolis, Chapada dos Guimarães, Barra do Bugres, Poconé, Santo Antônio do Leverger, Nossa Senhora do Livramento, Comodoro e Nova Lacerda.

A jornada está sendo coordenada pela equipe do Programa de Melhoramento da Pecuária (Promepe), da Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder), e conta com o apoio do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) e Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Empaer), além da participação da Federação dos Agricultores do Estado de Mato Grosso (Famato) e do Fundo Emergencial da Febre Aftosa (Fefa). Mais informações: (065) 3613-6218, ou no site www.seder.mt.gov.br.





Fonte: Da Assessoria

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