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Agronegócios
Quarta - 21 de Junho de 2006 às 10:11

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A caprinocultura se transformou em uma experiência positiva para 28 famílias de pequenos produtores de seis comunidades rurais do município de Nossa Senhora do Livramento (42 km ao Sul de Cuiabá). Com pouco mais de três meses na cadeia produtiva, as famílias continuam otimistas e apostam no sucesso da criação.

As cabras atendem as comunidades rurais de São Manoel do Pari, Buriti do Atalho, Estrela do Oriente, Campo Alegre, Quilombo e Francisco José do Nascimento de Livramento e foram adquiridas pela Secretaria de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social (Setecs), com dinheiro arrecadado em leilão.

O projeto, denominado ‘vaca democrática’, foi implantado pela Setecs em parceria com Instituto de Terras de Mato (Intermat), e o Sindicato de Trabalhadores Rurais de Nossa Senhora do Livramento. O investimento na melhoria da alimentação e renda das famílias está avaliado em R$ 30 mil.

A poconeana Helena de Oliveira, 57 anos, é uma das famílias beneficiadas. A agricultora mora na comunidade São Manoel do Pari, distante 50 km da sede do município, há 32 anos. Ali ela tem uma pequena propriedade, onde cuida de cinco caprinos, um nascido logo após a chegada dos animais na região.

De acordo com dona Helena, as cabras são animais mansos, dóceis e exigem poucos cuidados. “É muito fácil de cuidar, de tarde quando a gente chama para prender, e elas vêm correndo. São mansinhas e se acostumam com a gente”, disse. “O leite a gente toma, é muito gostoso”, afirma a agricultora.

Assim como em todas as outras propriedades, os caprinos são criados na maior parte do tempo, soltos na propriedade; comem ração de milho misturado com mandioca, capim e tudo o que der ou verem no chão. O único problema, segundo a moradora, é que os animais estão crescendo, ganhando peso e o capril, local onde dormem, se protegem da friagem e da chuva está ficando pequeno, por isso, já planejam construir um maior.

Embora os benefícios da caprinocultura ainda sejam pouco sentidos pelas famílias, devido ao curto tempo de criação, elas estão satisfeitas com a atividade. Algumas famílias cuidam das cabras como animais de estimação, dando nome para cada uma e pensam em aumentar o rebanho.

A presidente do Sindicato de Trabalhadores de Nossa Senhora do Livramento, Miguelina de Oliveira Campos, acredita que as cabras podem aumentar a renda familiar dos pequenos agricultores, que hoje sobrevivem da plantação de mandioca, banana, cana-de-açúcar, principais economias da região e da comercialização de doces artesanais.

Com a nova atividade, explica a presidente, a alimentação das famílias carentes da zona rural também pode melhorar. “Eles estão muito satisfeito, ficaram um pouco triste com a perda de umas. Mas a gente vê que ainda vão dar frutos”, disse. “A expectativa deles é muito grande, porque a gente sabe que vai aumentar a produção e a alimentação”, disse Miguelina.

Cada família ganhou quatro cabras da raça Sami Zebú, de um total de 115 caprinos, adquiridas da região de Alto Paraguai, Mato Grosso. Três bodes são remanejados pelos agricultores durante o período de reprodução. Além do leite, as famílias podem aproveitar outros produtos como carne e couro, no sustento da casa.

“A cabra é um animal resistente, se contenta com pouca água e pasto, para o pequeno é muito interessante, devido ao baixo custo e ao retorno rápido. A secretária Terezinha Maggi, grande parceira do Intermat, viu nessa atividade uma forma de aumentar a renda das famílias da Baixada”, explica o coordenador do projeto, Vagmar Roberto.

Os caprinos suportam temperaturas altas e ambientes secos e se adaptam aos períodos de estiagem melhor do que outros animais, como o gado, por exemplo.





Fonte: Olhar Direto

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