Terapia combate infertilidade relacionada ao estresse
A cientista mostrou que, em vez de recorrer a remédios caríssimos, a redução do estresse, através de uma série de medidas, é capaz de restaurar a ovulação e a fertilidade.
"O estresse pode realmente ser uma causa da infertilidade, em homens e em mulheres, e pode ser controlado", disse Berga numa conferência sobre fertilidade. "Controlando-a, melhora-se a fertilidade".
Segundo ela, o acúmulo de pequenos estresses pode causar a amenorréia - ausência de menstruação e ovulação -, que já foi associada à subnutrição e ao excesso de exercícios físicos.
"O acúmulo de pequenos estresses é mais prejudicial à fertilidade que um grande estresse", acrescentou ela.
Num pequeno estudo piloto, a pesquisadora e sua equipe testaram o impacto da terapia comportamental cognitiva em mulheres de peso normal que sofriam de amenorréia por pelo menos seis meses. Eles confirmaram que as mulheres estavam sob estresse medindo seus níveis de cortisol, um hormônio cuja concentração aumenta sob situações estressantes.
As mulheres foram dividas em dois grupos. Metade recebeu a terapia comportamental cognitiva, que consistiu de orientações sobre nutrição, exercícios e modos de reduzir o estresse, durante 20 semanas, e a outra metade não recebeu nenhuma terapia.
"O número impressionante de 80% das mulheres submetidas à terapia começaram a ovular de novo, contra apenas 25% das que foram apenas observadas", disse Berga, acrescentando que os níveis de cortisol do primeiro grupo também caíram.
Duas mulheres submetidas à terapia engravidaram pouco depois de concluir o tratamento.
Estima-se que entre 5 e 10% das mulheres sofram de amenorréia, e que metade dos casos estejam relacionados ao estresse.
Segundo Berga, a terapia comportamental cognitiva é um tratamento holístico seguro, fácil de implementar e de bom custo-benefício. Os pesquisadores estão planejando realizar um estudo maior para confirmar os resultados.
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