SP abriga 58,8% dos refugiados que vivem no Brasil
"Um desafio muito grande para essas pessoas é o emprego, para conquistarem a autonomia financeira. Eles vão enfrentar problemas com a língua, por isso oferecemos um curso intensivo de três meses de Português. E há também o problema da moradia, que está vinculado à autonomia financeira", acrescenta.
Organizações não-governamentais (ONGs) e entidades como a Cáritas trabalham em parceria com o governo federal para atender os refugiados, após eles passarem pela Polícia Federal. "Nosso trabalho consiste em fazer assessoria jurídica, dar assistência social, psicológica e de saúde. Fazemos o acompanhamento enquanto essas pessoas se regularizam no país", conta Rosida.
No Brasil, o órgão responsável para regular a aplicação das leis referentes aos refugiados é o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare). Vinculado ao Ministério da Justiça, ele reúne representantes do governo, da sociedade civil e da Organização das Nações Unidas (ONU).
Além de prestar auxílio aos refugiados, o Brasil passou a integrar o programa da ONU de reassentamento. No programa, os refugiados que já foram acolhidos por um país, mas continuam sendo perseguidos, são "transferidos" para outras nações. "Hoje a Cáritas de São Paulo está recebendo refugiados colombianos que já estão refugiados no Equador ou na Costa Rica ou no Panamá, mas continuam sendo ameaçados por causa da proximidade entre esses países", disse.
De acordo com o Acnur, a maior parte dos refugiados no País veio de Angola, na África, país castigado há décadas por guerras civis. Para ter o pedido de refúgio aceito pelo Brasil, a pessoa precisa ter deixado seu país de origem por causa de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas.
Para marcar o Dia Mundial dos Refugiados, a Cáritas e a unidade do Sesc no bairro do Carmo inauguram hoje uma exposição de fotos da cidade de São Paulo, com imagens registradas por 32 refugiados que recebem assistência da instituição. A exposição traz o resultado de dez anos de atendimento em saúde mental para os refugiados que chegam na cidade.
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