Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Terça - 20 de Junho de 2006 às 07:11
Por: Andréa Fontes

    Imprimir


Ex-funcionária do Ministério da Saúde, Maria da Penha Lino prestou o depoimento mais longo, até o momento, para o juiz da 2ª Vara Federal de Mato Grosso, Jeferson Schneider, nos processos que apuram fraudes em licitações, pagamento de propinas a parlamentares federais e possível superfaturamento de ambulâncias, a operação "Sanguessuga". A advogada que passa a acompanhar a ex-servidora pública, que era defendida pela equipe do advogado Eduardo Mahon, Sandra Cristina Alves, declarou, no intervalo do depoimento, que sua cliente "não pode afirmar se um deputado ou outro tenha participado do esquema".

A declaração da advogada sobre o depoimento de Penha se contrapõe a todas as declarações do ex-advogado Eduardo Mahon. Tanto em depoimentos à Polícia Federal como à Comissão da Câmara dos Deputados, Mahon afirmou que Penha tinha apontado nomes de deputados que recebiam propinas da Planam. Isso ocorreu há pouco mais de um mês.

No depoimento à PF, no dia 09 de maio, Penha teria afirmado que um terço do Congresso, 170 parlamentares, recebiam propinas da empresa Planam. Ela descreveu, segundo Mahon, naquela ocasião, que o esquema era feito por meio de emendas individuais e que todo acerto e pagamento das propinas, que variavam de 5% a 20% do valor do negócio, era feito diretamente a cada parlamentar.

Apesar da aparente mudança no depoimento de Penha, que agora teria dito que não pode apontar nomes de parlamentares, a advogado Sandra Alves disse que vai seguir a mesma linha de defesa que vinha sendo adotada por Mahon, para que não ocorram "incongruências".

Ela afirmou que Penha continuará colaborando com a justiça. Sandra Alves informou ainda que ao final do depoimento iria analisar se vai pedir novamente o benefício da delação premiada, requisitado por Mahon no início das investigações. "O intuito dela (Penha) é o de contribuir com a justiça. Ela vai fornecer os dados de quando trabalhava com a Planam", resumiu a advogada.

Por volta das 14h, quando houve o intervalo no depoimento, a previsão da defesa era que o interrogatório duraria ainda mais de 12h. "Não saímos nem da história profissional dela", afirmou.

Até o fechamento desta edição, às 19h, Penha continuava prestando depoimento ao juiz Jeferson Schneider. Com isso, os depoimentos de Darci José Vedoin e Ivo Marcelo Spinola, que estavam marcados para hoje, devem ser redesignados.





Fonte: A Gazeta

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/293740/visualizar/