Defesa sugere que Penha quer mudar depoimentos
A declaração da advogada sobre o depoimento de Penha se contrapõe a todas as declarações do ex-advogado Eduardo Mahon. Tanto em depoimentos à Polícia Federal como à Comissão da Câmara dos Deputados, Mahon afirmou que Penha tinha apontado nomes de deputados que recebiam propinas da Planam. Isso ocorreu há pouco mais de um mês.
No depoimento à PF, no dia 09 de maio, Penha teria afirmado que um terço do Congresso, 170 parlamentares, recebiam propinas da empresa Planam. Ela descreveu, segundo Mahon, naquela ocasião, que o esquema era feito por meio de emendas individuais e que todo acerto e pagamento das propinas, que variavam de 5% a 20% do valor do negócio, era feito diretamente a cada parlamentar.
Apesar da aparente mudança no depoimento de Penha, que agora teria dito que não pode apontar nomes de parlamentares, a advogado Sandra Alves disse que vai seguir a mesma linha de defesa que vinha sendo adotada por Mahon, para que não ocorram "incongruências".
Ela afirmou que Penha continuará colaborando com a justiça. Sandra Alves informou ainda que ao final do depoimento iria analisar se vai pedir novamente o benefício da delação premiada, requisitado por Mahon no início das investigações. "O intuito dela (Penha) é o de contribuir com a justiça. Ela vai fornecer os dados de quando trabalhava com a Planam", resumiu a advogada.
Por volta das 14h, quando houve o intervalo no depoimento, a previsão da defesa era que o interrogatório duraria ainda mais de 12h. "Não saímos nem da história profissional dela", afirmou.
Até o fechamento desta edição, às 19h, Penha continuava prestando depoimento ao juiz Jeferson Schneider. Com isso, os depoimentos de Darci José Vedoin e Ivo Marcelo Spinola, que estavam marcados para hoje, devem ser redesignados.
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