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Educação/Vestibular
Segunda - 19 de Junho de 2006 às 18:30
Por: Nika Pereira

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A determinação e a vontade de reingressar ao convívio social levou os reeducandos da penitenciária do "Pascoal Ramos", em Cuiabá, à busca do aprendizado. Foi com a implantação do projeto “Aprendizagem Alternativo por Imagem” (PAAI), pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), por meio de um convênio com a Secretaria de Segurança Pública (Sejusp), que eles tiveram uma nova oportunidade de acesso à educação.

A ação visa ofertar aos jovens e adultos uma modalidade alternativa de atendimento educacional na forma semipresencial, do Ensino Fundamental e Médio, considerando as características dos alunos, interesses, condições de vida e de trabalho.

A turma que começou com 20 alunos, atualmente está com 50 reeducandos, um número considerado pequeno para uma população média de 840 presos. Entre eles, está João Leite, pai de três filhos, condenado a 15 anos e preso há dois. “Freqüento as aulas desde o início, e é ótimo pra ocupar a mente, pra quem ainda pretende ser alguém na vida”.

O reeducando passou dez anos fora da sala de aula e hoje já cursa a 6ª série. Ele admite ser muito difícil para uma pessoa que já passou por uma prisão se reintegrar à sociedade. “Precisamos de um acompanhamento, de incentivo para a ressocialização”, conclui.

Também condenado a 15 anos de prisão, o reeducando Jorge Benetis, de 40 anos, veio do município de Juina, onde deixou os dois filhos. “Quando soube do projeto logo quis participar. Fora a aula regular, faço artesanatos, como rede, tapete e toalhas de crochê. Sei que só assim posso diminuir a minha pena”, acrescenta.

Aprendizagem Alternativo por Imagem

O PAAI foi implantado no Estado em 2003 e também é desenvolvido nos presídios “Carumbé” e “Ana Maria Couto”, e em Rondonópolis, na “Mata Grande”. Ao todo, participam das aulas 120 alunos reeducandos. É uma modalidade inovadora e diferenciada de Educação de Jovens e Adultos (EJA), que funciona com livros e fitas de vídeo, semelhante ao Telecurso 2000.

De acordo com o coordenador de Educação do Presídio Pascoal Ramos, Fabiano Pereira, as vagas são ilimitadas e participa quem tiver interesse. “Inicialmente fazemos uma triagem dos alunos com a equipe técnica, a Seduc fornece os profissionais e trabalhamos um programa de modo com que os alunos realizem o exame supletivo anual dos ensinos Fundamental e Médio”, destaca Fabiano.

Além do Projeto Aprendizagem Alternativa por Imagem, os reeducandos também confeccionam bolas de futebol, futsal e vôlei e oficinas de artesanato. “Com esse trabalho e o envolvimento nos projetos, eles estão tendo a oportunidade da remissão da pena”, finalizou o coordenador.




Fonte: Assessoria/Seduc-MT

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