Governo pede ao Congresso que impeça emprego entre ilegais

O governo americano pediu nesta segunda-feira ao Congresso que incorpore na reforma migratória medidas para impedir que as empresas contratem imigrantes ilegais, como a adoção de um sistema obrigatório de verificação de trabalhadores e um aumento das multas por violação da lei.

"Se vamos controlar a imigração ilegal, não podemos nos concentrar apenas na fronteira", justificou o secretário-adjunto de Política do Departamento de Segurança Interior, Stewart Baker, em audiência na Comissão Judiciária do Senado.

Baker destacou a dificuldade de controlar as empresas que contratam trabalhadores ilegais, quando os estrangeiros obtêm, facilmente, cartões falsos de seguro social e as multas "são ridiculamente baixas". Uma empresa que não verifica os documentos de um empregado pode ser multada com apenas 110 dólares, enquanto a pena por contratar um clandestino pode ser tão baixa quanto 275 dólares, não podendo exceder 2,2 mil dólares na primeira violação, reclamou ele.

O Departamento de Segurança Interior tem "apenas 90 funcionários para aplicar as leis que dizem respeito a cada empregador" no país, lamentou o senador John Cornyn (republicano, Texas), que presidiu a audiência. "Não podemos frear a imigração ilegal, a menos que detenhamos o emprego ilegal", avaliou.

O novo programa proposto pelo governo de George W. Bush obrigaria os empregadores a checar nomes e números do cartão de seguro social dos trabalhadores em uma base de dados eletrônica, o que permitiria ao Departamento de Segurança Interior compartilhar informação com a Administração de Seguro Social.

Também obrigaria a todos os estrangeiros com permissão para trabalhar nos EUA a ter um documento à prova de fraude e aumentaria as multas para os que contratarem estrangeiros ilegais.