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Nacional
Sábado - 02 de Fevereiro de 2013 às 19:17
Por: Anna Gabriela Ribeiro

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Moradores de Itanhaém buscam objetos de valor no Praião (Foto: Divulgação / Prefeitura de Itanhaém)
Moradores de Itanhaém buscam objetos de valor no Praião (Foto: Divulgação / Prefeitura de Itanhaém)

Quem visita a praia do Centro de Itanhaém, no litoral de São Paulo, pode se deparar com uma cena inusitada. É que dezenas de pessoas se reúnem frequentemente na beira do mar para buscar objetos perdidos. O grupo ficou conhecido como “garimpeiros do mar” e, entre eles, alguns já conseguiram encontrar mais de R$ 700 em um único dia.

Segundo os “garimpeiros”, o segredo está na mudança da lua, que traz com a maré diversos objetos. “Os melhores dias para buscar algo é depois que muda a lua, até uns quatro dias depois. Sempre aproveitamos mais épocas pós-festas, como réveillon e carnaval”, afirma o pescador José Wagner do Prado.

O pescador explica que o Praião, como é conhecida a praia do Centro de Itanhaém, é um ponto estratégico, pois é uma bacia e, nesse lugar, o mar desta praia faz junção com o Rio Itanhaém. “O canto do Praião é uma bacia. Para lá vão objetos de outras cidades como Santos e Peruíbe. Já encontrei muitos objetos de navios estrangeiros, como 10 quilos de material hospitalar de outro país”, conta José.

Óculos de sol e sapato infantil surgiram no mar de Itanhaém (Foto: Divulgação / Prefeitura de Itanhaém)
Óculos de sol e sapato infantil surgiram no mar
 (Foto: Divulgação / Prefeitura de Itanhaém)

Entre os objetos encontrados, o pescador destaca a quantia de R$ 780 e cordões de ouro e prata. “Depois do réveillon eu encontrei mais de R$ 700. Também já achei muitos relógios, óculos de sol e sapatos. As notas aparecem bem novas. É tanta coisa que nem sei mais se as pessoas perdem ou se jogam ao mar para consagrar Iemanjá”, afirma.

Mas nem só objetos interessantes e de valor chegam para os garimpeiros do mar. Há registro de dentaduras e muita sujeira. “Fico indignado com a quantidade de latinhas de refrigerante e cerveja que encontro. Aproveitamos esta coleta para limpar o mar também”, diz o pescador.

O aposentado André Luiz Antunes também garimpa o mar do Praião há cerca de 10 anos. Ele afirma que a prática é uma tradição passada ente gerações. “Foram meus tios que me ensinaram que lá na praia chegam diversos objetos. Eu sempre vou e levo a minha filha. Minha esposa não vai porque tem vergonha. Mas eu sempre recomendo para os amigos que estão desempregados. Vale a pena ficar no aguardo, já que sempre aparece dinheiro”, diz André.

Até uma dentadura foi "garimpada" no Praião (Foto: Divulgação / Prefeitura de Itanhaém)
Até uma dentadura foi "garimpada" no Praião
(Foto: Divulgação / Prefeitura de Itanhaém)

Entre os objetos mais interessantes que já encontrou, o aposentado destaca uma vara de pescar e uma máscara de mergulho. Ele afirma que, às vezes, o local reúne cerca de 80 pessoas. “Nunca teve nenhuma confusão. Nós pescamos o dinheiro com a mão mesmo. Tem que prestar atenção porque as coisas surgem entre as folhas. Nem precisa ir muito fundo porque tudo chega até a areia”, explica André.

Os garimpeiros do mar afirmam que um bom horário para “caçar o tesouro” é no período da manhã, entre 6h30 e 8h30. Além da troca da fase da lua, eles observam se a maré está baixa e se está com bastante folhas, que também são trazidas para a costa e são um indicador que alguns objetos podem estar chegando.
 

Algumas pessoas já acharam mais de R$ 700,00 trazidos pelo mar (Foto: Divulgação / Prefeitura de Itanhaém)
Pessoas já acharam mais de R$ 700 em um único dia no mar (Foto: Divulgação / Prefeitura de Itanhaém)





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