Falta de pediatras faz aumentar demanda em hospitais
"O médico do Programa Saúde da Família, na grande maioria dos casos, é um recém-formado, ainda despreparado para resolver os problemas na instância primária do atendimento", disse Dioclécio.
Segundo ele, a remuneração oferecida pelo programa é um dos atrativos para os jovens profissionais. De acordo com a SBP, o salário do Saúde da Família chega a até R$ 7 mil, enquanto um médico recém-formado, que decide fazer residência em pediatria, recebe, em média, R$ 1,6 mil.
Dioclécio Campos afirmou que muitos médicos do programa, por inexperiência, não conseguem tratar as doenças e acabam encaminhando o paciente para outro serviço. "Há um encaminhamento grande de casos, que estão sobrecarregando as unidades secundárias de saúde, os prontos-socorros, as emergências. Tudo porque falha o atendimento primário. Falha por incapacidade, por despreparo do profissional de saúde que está lá na frente".
O presidente da SBP disse que a necessidade de pediatras na equipe do Saúde da Família é maior ainda no interior do país, onde muitas vezes a rede de saúde é precária. Segundo ele, o Ministério da Saúde adota uma postura de que o programa precisa ser adotado de forma uniformizada em todo o país e, por isso, não poderia contratar pediatras para algumas regiões.
"Eles Ministério da Saúde têm uma visão ?macdonaldizada? do programa, como se fosse uma franquia: tem que ser igual em todos os lugares do Brasil. Só que o Brasil não é igual em todos os lugares, as realidades são diferentes. É preciso adaptar cada estratégia à realidade, para que ela seja eficaz", afirmou.
De acordo com o médico, depois de receber a carta, o assessor Swedenberger Barbosa informou que o assunto será avaliado pela Presidência da República e encaminhado ao Ministério da Saúde.
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