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Sábado - 02 de Fevereiro de 2013 às 11:51
Por: Gabriel Barreira

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Depois de quase cinco meses na Suipa, cadela ganha um novo lar (Foto: Arquivo pessoal)
Depois de realizar quimioterapia na Suipa, cadela ganha um lar definitivo (Foto: Arquivo pessoal)



Dois cachorros provocaram transtornos, esta semana, no trânsito do Rio de Janeiro por percorrer a Ponte Rio-Niterói durante alguns minutos, mas nenhum deles causou tanto alvoroço quanto Carminha. Apelidada com o nome da personagem de Adriana Esteves na novela "Avenida Brasil" por também protagonizar confusões, a cadela teve outra semelhança com o sucesso televisivo: a fama meteórica, depois de ser a pioneira ao invadir a Ponte, por mais de 1h30, em outubro do ano passado. Órfã, a celebridade canina foi desejada por dezenas de pessoas dispostas a adotá-la, mas, somente há duas semanas, encontrou um novo lar.

Abrigada provisoriamente na Sociedade União Internacional Protetora dos Animais (Suipa), a própria cachorra fez a escolha depois de visitas constantes e diversas. Alessandra Eduarda, a candidata à dona mais assídua, foi ao local uma vez por semana para irem se acostumando uma com a outra. Até que os profissionais da Suipa perceberam que a decisão era recíproca.
 

Na nova casa, no bairro de Maria da Graça, Carminha ganhou a companhia de outros três cães (Foto: Arquivo pessoal)
Na nova casa, em Maria da Graça, cadela ganhou
a companhia de três cães (Foto: Arquivo pessoal)

"Acho que fui selecionada porque a supervisora de lá viu nos meus olhos o amor que tenho por cães. Eram muitos querendo, mas a Carminha bateu os olhos em mim e gostou", disse a moradora de uma no bairro de Maria da Graça, que abriga outros três animais. "Um dos cães que tenho é o Spike, um pitbull. Ele foi a primeira "pessoa" a recebê-la. Logo de cara ele deu um "lambeijo", que é uma lambida com um beijo. A Carminha retribuiu na hora, já chegou na minha casa se sentindo a dona", conta.

Numa casa grande com quintal, a nova integrante se sentiu à vontade de imediato. Depois de dar a primeira volta, escolheu também o lugar que adotaria como seu, perto da churrasqueira. Chegando lá, já levantou a patinha, sinalizando à dona que encontrara o novo recinto. "Ela veio até treinada e gordinha. Parecia ser bem tratada, mas não era", relembra.

Prova disso não é somente o abandono na Perimetral e sua andança solitária até a Ponte Rio-Niterói, no ano passado. Antes do final feliz na nova família, a cadela foi diagnosticada com uma doença venérea e passou, algumas semanas, realizando quimioterapia para a cura de um tumor.

Durante o tratamento, e sem conhecer o estado de saúde do animal, muitos supostos donos apareceram na Suipa tentando levar Carminha "de volta" para casa. A tentativa de resgate esbarrava na ameaça da Suipa de processá-los por maus tratos. A desistência era imediata.

Recuperada e com a transferência autorizada para a casa de Alessandra, Carminha mudou também a "personalidade". Assim como sua musa inspiradora, a cadelinha ficou comportada no último capítulo. "Ela é uma fofa, uma cadela maravilhosa. Atravessar a Ponte foi a primeira e última travessura. O máximo que ela faz é puxar a roupa do varal", disse a dona.






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