O presidente francês, François Hollande, chegou no Mali neste sábado (2) em uma visita de um dia para apoiar as tropas francesas de combate a uma campanha contra rebeldes islâmicos no país.
Acompanhado por seus ministros de Defesa, de Relações Extereiores e de Desenvolvimento, Hollande voou para Sevare no centro do Mali, segundo canais de televisão franceses. Ele deve ir para Timbuktu, a famosa cidade comercial do Saara, recapturada dos rebeldes no domingo.
O líder francês era esperado para delimitar a próxima fase da missão para as forças francesas, que em uma intervenção de três semanas lançada a pedido do Mali têm empurrado os combatentes islâmicos para o deserto e para as montanhas remotas do nordeste.
"Irei ao Mali para expressar ao soldados todo o nosso apoio, encorajamento, nosso orgulho. Irei ao Mali para permitir que os africanos venham o mais rápido possível para lhes dizer que precisamos deles para esta força internacional", declarou François Hollande nesta sexta. "Também irei ao Mali em vista de um diálogo político que permita o país, após a expulsão dos terroristas, encontrar a estabilidade", acrescentou.
A intervenção militar francesa teve início em 11 de janeiro, dia seguinte a uma ofensiva de grupos islamitas armados ligados à rede al-Qaeda que ocupavam o norte do país há dez meses.
A campanha militar de reconquista se acelerou no último fim de semana, com a retomada de Gao e Timbuktu e a chegada na terça-feira à noite de soldados franceses no aeroporto de Kidal, cidade controlada pelos rebeldes tuaregues e islamitas dissidentes que se dizem "moderados".
A visita do presidente francês ocorre no momento em que várias organizações de defesa dos direitos humanos, como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch, denunciaram novas violações dos direitos humanos cometidas pelas partes envolvidas no conflito.
O Exército do Mali prendeu e executou mais de vinte civis no norte do país, de acordo com um relatório publicado nesta sexta-feira pela Anistia, que exige uma investigação sobre um ataque aéreo que matou civis no centro do Mali no primeiro dia de intervenção francesa. "É absolutamente imperativo que a França e o Mali abram uma investigação para determinar quem realizou este ataque" contra a cidade de Konna matando cinco civis, entre eles uma mãe e seus três filhos, declarou um porta-voz da Anistia, Gaëtan Mootoo.
A Human Rights Watch também acusou o Exército do Mali de ter "executado sumariamente ao menos 13 supostos membros dos grupos islamitas". E acusa os grupos extremistas em Konna da "execução de ao menos sete soldados malinenses".
O diretor de comunicação do Exército malinense, coronel Souleymane Maiga, desmentiu as acusações. "O Exército é uma força republicana que não comete violações", declarou.
O imã da grande mesquita de Timbuktu lançou nesta sexta-feira um apelo pela "volta à calma" e o "fim dos ataques", pedindo aos fiéis que "evitem a comparação" entre as populações árabes e tuaregues com os islamitas e os rebeldes.
Comentários