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Internacional
Quinta - 15 de Junho de 2006 às 12:20

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A explosão de uma mina na passagem de um ônibus matou nesta quinta-feira 64 pessoas e feriu outras 45 no norte do Sri Lanka, colocando em risco as expectativas de paz no país. O atentado, que vitimou várias crianças, é o mais grave desde a assinatura de uma trégua entre a guerrilha Tâmil e o governo do Sri Lanka, há seis anos.

O porta-voz do Ministério da Defesa, Prasad Samarasinghe, responsabilizou os Tigres para a Libertação da Pátria Tâmil (LTTE, na sigla em inglês) pelo ataque. O governo reagiu com ataques aéreos contra bases da guerrilha no distrito de Trincomalee e no povoado de Mullaithivu, ao leste da ilha.

"Ninguém mais poderia fazer algo assim; isto é claramente trabalho dos Tigres", disse Samarasinghe.

A site pró-guerrilha Tamilnews afirmou que o LTTE condenou o atentado "da forma mais enérgica possível" e acusou "elementos paramilitares" de perpetrar o massacre.

Mesmo com a declaração, a suspeita sobre o grupo parece não diminuir. Caso sejam realmente os autores, não será a primeira vez que o LTTE condena um atentado próprio.

A intensa onda de violência comprova a dificuldade de se avançar no caminho da paz. O ataque foi produzido um dia depois dos representantes do LTTE retornarem à ilha vindos de Oslo, onde eles se negaram a conversar com a delegação governamental.

Ônibus lotado O ônibus atacado circulava cheio de passageiros que se dirigiam a uma feira semanal realizada na área. Segundo o Ministério da Defesa, o veículo transportava, além crianças em idade escolar, estudantes que iam ao colégio. Pelo menos seis delas morreram e outras 15 ficaram feridas em conseqüência do ataque.

Fontes do Ministério da Defesa explicaram que, após explosão, o veículo tombou e se arrastou por 25 metros antes de parar.

O porta-voz da missão nórdica de paz, Thorfinur Omarsson, disse que a violência "chegou em um momento terrível", quando o governo esperava que ambas as partes mantivessem "as conversas de paz em Genebra".

Omarsson espera que "a violência termine" e afirmou que "é muito cedo para culpar alguém pelo atentado porque, embora o principal suspeito seja o LTTE, o ataque poderia ter sido feito por alguma facção dissidente ou algum grupo paramilitar".

Quanto aos bombardeios de represália, Omarsson disse que "qualquer violação do cessar-fogo não é um movimento sábio". Ele espera que ambas as partes "não recorram à violência".

Apesar do cessar-fogo assinado entre LTTE e o governo do Sri Lanka, a violência só aumentou na ilha desde o início do ano, com um saldo de mais de 500 mortos desde abril.

O porta-voz do governo cingalês, Keheliya Rambukwella, afirmou que o atentado desta manhã foi "um ato de bárbaros" e pediu ajuda à comunidade internacional e ao governo do Sri Lanka para conter o LTTE.

"Pedimos às missões diplomáticas que informem seus governos que necessitamos do apoio da comunidade internacional para evitar que o LTTE cometa mais atentados, principalmente contra civis", afirmou Rambukwella.





Fonte: EFE

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