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Polícia Brasil
Quinta - 15 de Junho de 2006 às 07:48
Por: Andréa Fontes

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Um documento esquecido dentro de um dos 120 inquéritos que apuram a operação "Sanguessuga" é apontado como a prova de que a Polícia Federal (PF) estaria investigando um deputado federal. Trata-se de um despacho do delegado federal Carlos Rodrigues, que conduziu as investigações de superfaturamento de ambulâncias em Mato Grosso até 2004, onde ele cita o deputado Nilton Capixaba (PTB-TO).

A defesa de alguns acusados teve acesso a este documento e, segundo informou uma fonte, este é o argumento de algumas reclamações já impetradas no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a competência da PF e da própria 2ª Vara Federal de Mato Grosso, para julgar e processar os envolvidos na operação.

Por determinação do delegado Tardelli Boaventura, quando assumiu as investigações, o despacho era para ter sido retirado de todos os inquéritos e substituído por uma certidão. Entretanto, segundo a fonte, a escrivã esqueceu o documento em um processo.

A retirada do documento dos inquéritos e o esquecimento da escrivã foram confirmados pelo Superintendente da Polícia Federal de Mato Grosso, Aldair Rocha. Foi ele quem designou o delegado Tardelli Boaventura para o caso, quando chegou em Mato Grosso. "O delegado (Carlos Rodrigues) colocou o nome do deputado Nilton Capixaba no despacho, pois durante uma conversa (grampeada) ele foi citado. Mas, sempre acreditamos que mencionar o nome de um deputado não é motivo de remeter o caso para o Supremo", defendeu o superintendente.

Segundo Aldair Rocha, o delegado Carlos Rodrigues foi transferido para Goiás em procedimento de rotina e não por problemas na investigação. O superintendente afirma que a Polícia Federal nunca investigou parlamentares e que todos os atos foram feitos corretamente. "Cumprimos com nossa obrigação e o Supremo veio referendar tudo o que fizemos", afirmou Aldair, na última quarta-feira, após a decisão da presidente do STF, ministra Ellen Gracie, que mandou recapturar todos os envolvidos e devolveu para a 2ª Vara Federal a competência no processo.

O deputado Nilson Capixaba foi o primeiro político a aparecer nas investigações da operação "Sanguessuga" e está entre os parlamentares apontados pela ex-servidora do Ministério da Saúde, Maria da Penha, que teriam envolvimento com a Planam. Maria da Penha apontou para a Polícia Federal a lista de 62 parlamentares que estariam envolvidos no esquema.





Fonte: Gazeta Digital

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