Ex-atleta do Flamengo é vítima de arrastão no Rio

Pelo menos 15 bandidos armados com fuzis e pistolas espalharam terror em três bairros da zona norte do Rio de Janeiro entre a noite de terça-feira e a madrugada de ontem.

Por quase sete horas, a onda de "arrastões" teve o saldo de pelo menos sete ataques a motoristas. Entre as vítimas está o meia Marco Aurélio Brito dos Prazeres, 28 anos, ex-atleta do Flamengo, atualmente no Fenerbahce, da Turquia.

Ele dirigia BMW na rua Barão de São Francisco, à 0h20, quando foi parado por oito homens e ficou sem o carro. Também foram roubados o Audi LNL 3286, na rua Senador Nabuco, e o Gol KRE 5008, na rua Maxwell, em Vila Isabel.

Nos arrastões, ao todo seis carros e pertences das vítimas foram roubados, conforme registros na 20ª DP (Vila Isabel), 19ª DP (Tijuca) e 25ª DP (Rocha). Os crimes foram semelhantes ao que, no dia 4, tirou a vida do guitarrista da banda Detonautas, Rodrigo Netto, o Nettinho, no Rocha.

Os ladrões - possivelmente ligados ao tráfico no morro dos Macacos, em Vila Isabel na capital fluminense - se dividiram em três bandos. Um deles - usando Toyota Corolla roubado sábado no Grajaú e Gol preto, além de uma moto - fez falsas blitze por ruas e avenidas de Vila Isabel, Grajaú e Andaraí. Entre 18h30 e 19h, a quadrilha levou a picape Montana KUN 9755 e o Fiat Uno LUZ 0242 nas ruas Gurupi, no Grajaú, e Campinas, no Andaraí.

Entre 20h30 e 1h15, outros cinco ataques aconteceram em Vila Isabel. O bacharel em Direito Vitor Sherman, 24 anos, ficou sem o seu Corsa na Rua Barão do Bom Retiro, à 1h.

"Fui parado por quatro homens com submetralhadoras. Gritaram 'perdeu', me tomaram a carteira, R$ 50 e celular e me mandaram correr. Vi uma mulher chorando na calçada pedindo socorro e ouvi vários tiros enquanto corria", contou na 20ª DP, ontem pela manhã.

"Depois de meia hora, consegui falar com o 190, mas só me orientaram a dar queixa."

Quinze minutos depois, perto dali, o taxista Marcos Rimes, 33 anos, foi assaltado por dois homens com pistolas. "Me roubaram jaqueta, relógio e documentos. Pedi ajuda a PMs que passaram por ali logo em seguida, mas eles só me disseram que não poderiam fazer nada, pois se tratava de área de alto risco, que eu deveria evitar", lamentou Rimes.