Governo fraciona medicamento para atender pacientes com aids
Segundo a gerente do Programa Estadual DST/Aids, Marlene Lopes, pacientes que residem em Cuiabá estão recebendo o Ritonavir de forma fracionada de 15 em 15 dias. Já os dos municípios do interior do Estado, a entrega é feita de 30 em 30 dias. “A entrega fracionada será continuada até que o Ministério da Saúde volte a abastecer normalmente os Estados”, disse. Esses medicamentos são de fornecimento exclusivo do Ministério da Saúde e fazem parte do Programa Nacional de Combate à Aids, sendo fornecidos gratuitamente a todos os indivíduos que necessitam do tratamento da doença.
Por hora, o Ministério da Saúde (MS) encontra dificuldade em abastecer os Estados com um único anti-retroviral usado no tratamento da aids, o Ritonavir. O secretário adjunto de Saúde, Antônio Augusto de Carvalho, em conversa com representantes do Ministério recebeu a informação de que um dos motivos na dificuldade de entrega dos medicamentos foi a greve da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
De acordo com a gerente de Controle de Programas e Estratégias de Farmácia Básica (GEPEFB) da Superintendência de Gestão de Insumos de Saúde (Sunis), Cláudia Aparecida Silvério Braga, 14 pacientes utilizam o Efavirenz (associado a outros medicamentos), o que corresponde a 25 frascos fornecidos no mês de abril deste ano e 70 pacientes fazem a terapia utilizando o Ritonavir (em combinação a outros anti-retrovirais), o correspondente a 5.460 comprimidos entregues em abril passado.
Antonio Augusto de Carvalho disse que “a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso está tomando outras medidas na garantia do fornecimento de medicamentos que atendam aos usuários de anti-retrovirais. Para isso, entramos em contato com as Secretarias de Estado de Saúde de Minas Gerais e de Goiás que se dispuseram a nos fornecer o medicamento sem prazo de reposição, nos comprometendo a repor assim que receber do Ministério da Saúde”, disse Antônio Augusto.
Marlene Lopes explicou ainda que outra forma de amenizar a situação é a colaboração do próprio paciente no sentido de que tome o medicamento na hora e em doses certas para evitar a troca de terapia anti-retroviral. Isso porque questões como adesão e possíveis falhas no tratamento têm como uma das conseqüências o aparecimento de cepas de vírus mais resistentes.
Em Mato Grosso, 1.800 pacientes estão em tratamento e usam medicamentos obtidos no Serviço de Atendimento Especializado (SAE) em DST/Aids. O de Cuiabá , fica no Centro Estadual de Referência em Média e Alta Complexidade (Cermac), mas existem postos do SAE nos municípios de Rondonópolis, Várzea Grande, Cáceres e Sinop. No serviço, o paciente é assistido por uma equipe multidisciplinar formada por infectologista, psicólogo, nutricionista, serviço social, enfermagem, farmacêuticos, pediatra, ginecologista.
A Secretaria de Estado de Saúde tem ainda 19 Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs), que identificam a doença, espalhados por vários municípios para maior conforto no atendimento aos usuários dos medicamentos anti-retrovirais. Uma vez identificada a aids, os pacientes podem procurar um dos cinco postos do Serviço de Atendimento Especializado que prestará a devida assistência no tratamento.
Comentários