PSB praticamente descarta indicar vice de Lula

O presidente Lula se reuniu ontem com o presidente do PSB, Eduardo Campos, e exigiu dele uma definição sobre a aliança entre os dois partidos até o próximo dia 21. "Se apoiar Lula hoje significar amanhã não existir o PSB, eu não posso fazer isso e também isso não é bom para o governo dele", disse Campos após o encontro ao jornal Folha de S. Paulo. Hoje, Lula se encontra com o ex-ministro Ciro Gomes.

Segundo o secretário-geral do PSB, Renato Casagrande, há problemas de coligação com o PT em oito Estados. "O partido certamente não fará aliança formal com Lula", afirmou.

O PSB precisa superar nas eleições de outubro os limites impostos pela cláusula de barreira - partidos com menos de 5% dos votos válidos terão corte nas verbas do Fundo Partidário e no tempo de TV. Sem uma aliança formal com o PT em nível nacional, o PSB teria mais flexibilidade para fazer coligações nos Estados e aumentar o número de votos.

Segundo Campos, a aliança só seria possível se o PT se comprometesse a apoiar os candidatos do PSB em eventuais segundos turnos. Outra condição seria a neutralidade de Lula onde PSB e PT forem rivais.

Opções Caso não haja acordo, deverá ser repetida a chapa de 2002, com o candidato a vice de Lula sendo o empresário mineiro José Alencar (PRB).

O nome de Alencar é o mais provável, segundo aliados do presidente ouvidos pela Folha, devido aos empecilhos para a aliança formal com o PSB e à decisão tomada pelo PMDB nesta semana de não apoiar nenhum candidato à Presidência. Políticos próximos a Alencar dizem que ele aceitará o convite de Lula. Com 74 anos, não mostra disposição para uma eleição ao Senado.

"Vai dar a lógica: Alencar na vice. O que é muito bom para Minas Gerais", afirmou ontem o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT). "A rigor, nunca houve convite de Lula ao PSB. Acho que o governo Lula já escolheu seus aliados, que são a tropa do PMDB governista", provocou o 2º vice-presidente do PSB, o deputado federal Beto Albuquerque (RS).