Pacientes temem ficar sem o coquetel
"Não tenho dinheiro para me deslocar a cada 10 ou 15 dias. A passagem é cara, o custo de permanecer aqui também. O transporte em si hoje é um fator limitador. Vou ficar mais um mês, quem sabe até lá as coisas melhoram".
Quando iniciou o tratamento, sete anos atrás, A.V. utilizava uma combinação com sete tipos diferentes de cápsulas. Hoje, são apenas três, das quais uma delas - "Lamovidina" - está com baixo estoque e distribuição fracionada. Hoje ele volta ao Cermac em busca da medicação. "Espero que tudo se normalize, mas entendo a situação que o Brasil enfrenta em termos de medicações para a Aids, é uma questão de governo".
L.H., 27, desabafa o medo do amanhã, de certa forma se culpa por estar nesta situação. "Poderia ter me protegido, estar livre deste pesadelo. Hoje eu tenho medo até de sair na rua, de alguém me olhar diferente. Toda vez que tenho de buscar remédio é um pesadelo, medo de enfrentar o preconceito, a realidade". (RD)
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