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Economia
Quarta - 14 de Junho de 2006 às 07:12
Por: Juliana Scardua

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A América Latina Logística (ALL) demitiu 270 trabalhadores da Ferronorte em Mato Grosso, 14% do bloco de 1,926 mil ferroviários dispensados em 3 Estados do país. O quadro de cortes inclui 160 desempregados no terminal em Alto Araguaia, 109 em Alto Taquari e 1 demissão em Cuiabá, além de desligamentos em São Paulo e Mato Grosso do Sul. O Sindicato dos Ferroviários que representa esses Estados informa que está tentando negociar a recontratação de parte dos trabalhadores e que irá cobrar da empresa que os novos funcionários terceirizados tenham benefícios semelhantes aos daqueles dispensados.

A ALL assumiu há cerca de 1 mês o controle acionário da Brasil Ferrovias (BF), holding que congrega a Ferronorte e a Ferroban, e da Novoeste. A compra de 80% das ações envolveu R$ 1,405 bilhão. Segundo o coordenador administrativo do sindicato, José Carlos da Silva, a empresa alega que as demissões integram o plano de reestruturação financeira da BF e Novoeste. Ele afirma que a terceirização dos serviços também é praxe operacional da ALL.

O maior rombo em demissões está no setor de produção das ferrovias, com 982 desligamentos. No mesmo segmento foram demitidos 152 pessoas em Alto Araguaia e 103 em Alto Taquari. Em Cuiabá apenas 1 trabalhador foi demitido, do setor de apoio administrativo. A cidade que concentra a maior fatia de demissões é Araraquara, no interior de São Paulo, com 231 desligamentos. Ao todo as 1,926 mil demissões representam 35% do quadro de pessoal de 4,3 mil trabalhadores.

Silva declara que as demissões em massa não causam surpresa. "Vivemos esse confronto capitalista de corte de gastos no dia-a-dia, com as condições de trabalho sempre comprometidas. Quanto mais o empresário puder tirar para aumentar o lucro ele vai tirar". Reunião foi realizada ontem entre líderes sindicais e a ALL, em São Paulo. As demissões começaram na quinta-feira da semana passada, logo após a ALL anunciar o plano de reestruturação da Brasil Ferrovias. A controladora sinalizou a injeção de um aporte de mais R$ 500 milhões nos próximos anos, com investimentos em locomotivas, vagões e na via permanente.





Fonte: A Gazeta

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