Sofrimento na vitória brasileira
Ronaldinho Gaúcho teve atuação regular e o ataque, formado por Ronaldo e Adriano, foi muito mal, parado na frente, impedindo que o “quadrado mágico“ se destacasse. Ao contrário dos laterais Cafu e Roberto Carlos, que mostraram disposição e tiveram boa atuação.
O Brasil divide a liderança do grupo F do Mundial com a Austrália, que na segunda-feira superou o Japão, por 3 x 1, em Kaiserslautern. Os brasileiros voltam a jogar no próximo domingo, às 13h (de Brasília), em Munique, contra os australianos, enquanto os croatas pegam os japoneses, no mesmo dia, às 9h, em Nuremberg. A equipe de Parreira finaliza sua participação na primeira fase do torneio no dia 22, contra o Japão, em Dortmund, às 15h.
A Seleção começou a partida buscando as jogadas principalmente pelo lado de Roberto Carlos. Foi do lateral, o primeiro chute ao gol ainda no minuto inicial, mas a conclusão de pé direito saiu torta. Com uma boa marcação no meio-campo, a equipe brasileira não concedia muitos espaços aos croatas, que atacavam apenas pelo lado esquerdo, onde o atacante Prso atuava como praticamente um ponta-esquerda.
A pouca mobilidade da dupla de ataque do Brasil fez com que o time tentasse apenas chutes de fora da área. Foi assim aos oito, quando Kaká finalizou à esquerda do gol de Pletikosa, depois de toque de Adriano. O primeiro grande momento dos pentacampeões apareceu aos 14. Roberto Carlos arriscou de longe e Pletikosa colocou para córner. Após a cobrança, Ronaldinho Gaúcho chutou cruzado do bico esquerdo da área, mas o goleiro croata de novo apareceu bem e tocou para escanteio. O melhor do mundo cobrou e Roberto Carlos emendou, mas sem direção.
Os croatas chegaram duas vezes. Aos 22, Niko Kranjcar, filho do treinador, chutou à direita de Dida, e aos 26, foi a vez de Klasnic girar e completar de canhota, mas a bola desviou em Lúcio e foi para fora.
Discretíssimo, parado entre os zagueiros, Ronaldo, que fazia sua 100ª partida pela Seleção principal, só apareceu aos 31, ao tabelar com Kaká na frente da área. O craque do Milan foi puxado pela camisa, em falta mal cobrada por Ronaldinho Gaúcho, na barreira.
Cafu, que no início se limitou a marcar Prso, começou a atacar e aos 39 obrigou Pletikosa a fazer segura defesa em arremate pelo lado direito. Aos 41, o treinador Zlatko Kranjcar fez a primeira aletaração, tirando Niko Kovac, que sentia dores nas costelas do lado direito, e colocando Jerko Leko. Cafu gostou de poder voltar a apoiar e foi por seu lado que saiu o gol brasileiro. Aos 43, ele recebeu de Emerson e arrancou até passar para Kaká, que ajeitou e bateu de canhota. Golaço. Brasil 1 x 0.
Os croatas voltaram para a etapa final bem mais ofensivos e criaram duas boas chances antes dos dez minutos. Aos cinco, Prso driblou Juan e chutou antes da chegada de Lúcio, Dida defendeu com dificuldades e Lúcio afastou. Aos oito, Niko Kranjcar arriscou de longe, a bola bateu em Klasnic, que girou e arrematou forte, mas Dida estava bem colocado. Aos dez, o Brasil foi bem ao ataque. Kaká, sempre ele, fez a jogada e rolou para Ronaldo, que mandou um chutaço, rente ao travessão, em seu único momento de destaque.
O treinador croata mudou de novo e pôs Olic na vaga de Klasnic. O Brasil chegou muito bem ao 16. Cafu partiu pela direita e cruzou para Ronaldinho Gaúcho, que cabeceou para linda defesa de Pletikosa. Aos 22, a Croácia deu o troco. Olic fez boa jogada pela esquerda, cortou Lúcio, mas Juan salvou a córner. Depois da cobrança, Srna chutou por cima.
Parreira cansou da pouca mobilidade dos atacantes e aos 23 colocou Robinho no lugar de Ronaldo. Dida voltou a aparecer bem aos 25, ao defender um chute de Babic, que estava livre na área. O troco veio rápido e Kaká chutou à direita do gol de Pletikosa, na seqüência, O Brasil passou a ser mais presente no ataque e Adriano quase marcou aos 28, ao tocar para fora, sozinho, após boa jogada e chute errado de Robinho.
Mesmo com um "quadrado mágico" alternativo (com Robinho), o Brasil não melhorou de rendimento na etapa final. O próximo teste do Brasil (com ou sem quadrados, mágicos ou nem tanto) será no domingo, dia 18, em Munique contra a Austrália, atual líder do Grupo F. A Croácia terá o Japão pela frente também no domingo, em Nuremberg.
Os brasileiros venciam, mas quem fazia a festa na arquibancada era a enorme torcida croata. Aos 40, um deles, mais exaltado invadiu o gramado, em clara falta de segurança no estádio. Aos 43, Olic cruzou e Niko Kranjcar cabeceou por cima do gol.
BRASIL – 1
Dida, Cafu, Lúcio, Juan e Roberto Carlos; Emerson, Zé Roberto, Kaká e Ronaldinho Gaúcho; Adriano e Ronaldo (Robinho). Técnico: Carlos Alberto Parreira
CROÁCIA – 0
Pletikosa, Simic, Robert Kovac e Simunic; Srna, Tudor, Niko Kovac (Jerko Leko), Niko Kranjcar e Babic; Prso e Klasnic (Olic). Técnico: Zlatko Kranjcar
Local: Estádio Olímpico, em Berlim (ALE)
Árbitro: Benito Archundia (MEX)
Assistentes: José Ramirez (MEX) e Héctor Vergara (CAN)
Cartões Amarelos: Emerson (BRA); Niko Kovac, Robert Kovac e Tudor (CRO)
Gol: Kaká aos 43 minutos do primeiro tempo.
Comentários