Defesa vai pedir suspeição do juiz por amizade com ré
Alessandra, que continua presa no Presídio Feminino Ana Maria Couto May, irá argumentar que era amiga de Schneider, o que tornaria a condução do processo contra ela dificultado do ponto de vista do juiz. O interrogatório está previsto para as 18 horas.
Na primeira análise, a relação de amizade poderia beneficiar Alessandra, o que tornaria o argumento contraditório. Entretanto, a estratégia da defesa dos principais acusados tem sido a de retirar o processo de Mato Grosso. O objetivo é remetê-lo para o Acre, onde ocorreram as primeiras investigações e o processo acabou sendo arquivado; ou para o Supremo Tribunal Federal (STF), sendo que os advogados argumentam que, como há parlamentares envolvidos e que possuem foro privilegiado, a Corte que tem a competência para julgar e processar é o STF.
A fonte garantiu que a família Trevisan-Vedoin está recebendo orientações de diversos advogados e chegaram a propor ao advogado da ex-funcionária do Ministério da Saúde, Maria da Penha Lino, Eduardo Mahon, que assumisse o caso.
Segundo informações apuradas pela reportagem, Eduardo Mahon esteve diversas vezes na Polinter, onde estão os homens presos durante a operação, mesmo após seu outro cliente da operação, José Thomaz de Oliveira Neto, ter conseguido habeas corpus no Tribunal Regional Federal (TRF), 1ª Região. A fonte garantiu que Mahon conversou, por várias vezes, com os três principais membros da família: Darci José Vedoin, Luiz Antônio Trevisan e Ivo Marcelo Spínola.
Procurado pela reportagem, Mahon, que estava em Brasília acompanhando o julgamento dos HC no TRF na segunda-feira, não quis comentar o assunto, afirmando apenas que "os clientes têm direito à defesa ampla e contratações não são tratadas pela imprensa".
Se concretizada, está será a terceira banca de advogados que tentará defender a família. O primeiro a responder pela defesa foi o escritório do advogado Roberto Cavalcanti, que já prestava serviços para as empresas da família e, antes mesmo de estourar a operação, já tentava recursos no Supremo Tribunal Federal para que o processo fosse avocado pela Corte Suprema. Após perder o recurso no STF e serem divulgadas as informações de tentativa de suborno no STF, o advogado deixou o processo. Quem assumiu e está conduzindo a defesa é a advogada Laura Gisele Spinola, que seria prima do genro de Darci, Ivo Marcelo Spinola.
A família conseguiu nesta semana as primeiras vitórias no processo, uma vez que o TRF concedeu HC à mulher de Darci, Cléia Maria Trevisan, e à nora Helen Paula Duarte Cirineu Vedoin. O HC ao genro da família foi negado na semana passada. Os recursos para Darci, Alessandra e Luiz Antônio ainda não foram julgados.
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