Sanecap melhora sistema de captação na Lagoa do CPA
Ao girar, a turbina imersa no líquido cria um fluxo induzido de ar que, ao ser expulso pela base da turbina, divide-se em bolhas finas, em função da grande turbulência e velocidade da região. Com isso, aumenta-se significativamente a área de contato entre o ar e o líquido em tratamento. v O aerador da lagoa do CPA, construído pela própria equipe da Sanecap, é composto de duas bóias de tambor, um motor com hélice e uma bomba com potência de 6 cv (cavalo vapor) e ainda está em fase de testes. O aumento de oxigênio na superfície vai combater o mau cheiro da água, detectado no recente período de frio que assolou a Capital. A inversão térmica - queda na temperatura da água da superfície e o aumento da temperatura da água do fundo - fez com que o lodo acumulado no fundo subisse, liberando gases que causaram o mau cheiro. Os aeradores também estão diminuindo a ação da bactéria Chromatiaceae, que, devido à ausência de sol, se reproduziu de forma descontrolada, deixando a água da lagoa vermelha.
Segundo a gerente do setor de tratamento de esgoto da Sanecap, Vânia Tarsila, o tratamento feito em uma lagoa de estabilização é totalmente natural. "Esse tipo de tratamento é muito utilizado no Brasil, pois o clima é favorável e o País conta com grandes extensões de terra necessárias para a abertura das lagoas", frisou ela.
O aerador serve para acelerar um processo que acontece naturalmente através da fotossíntese feita pelas algas. “Estamos no inverno e, caso haja falta de sol, esse fenômeno pode se repetir. Portanto precisamos estar preparados.” Segundo ela, a equipe optou pela instalação do aerador superficial no lugar do tradicional, que revolveria o lodo do fundo da lagoa, piorando a situação.
Lixo na lagoa aumenta mau cheiro
Vânia Tarsila observa que grande parte do mau cheiro da lagoa vem do acúmulo de lixo doméstico, animais mortos e até restos de lixo hospitalar no local. Ela ressalta que é necessário que a população fiscalize a lagoa, colaborando em sua conservação.
A ETE Lagoa Encantada é composta de três lagoas de estabilização, sendo uma facultativa – que recebe os dejetos –, e duas de maturação – onde eles permanecem até os processos naturais de estabilização ocorram -, removendo 80% da carga orgânica presente no material. Isso evita que o esgoto não tratado comprometa o córrego do Caju, que deságua no Gumitá. A lagoa recebe os esgotos dos bairros CPA II, CPA III e parte do CPA IV e Novo Mato Grosso, atendendo um total de 42,3 mil habitantes.
Um projeto de revitalização, feito pela Prefeitura Municipal em parceria com o Ministério do Turismo, irá injetar R$ 2 milhões na melhoria do tratamento e na reurbanização da área, transformando-a em atração turística da Capital. A previsão é de aumento de 60% no nível de remoção da carga orgânica do esgoto e de 99,9% na retirada de agentes causadores de doenças.
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