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Educação/Vestibular
Terça - 13 de Junho de 2006 às 12:11

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No início dos anos 70, ele dividia o Olimpo do esporte brasileiro com Pelé e Emerson Fittipaldi. No final daquela década, quase morreu, vítima de uma doença neuromuscular. Curou-se e, agora, retoma o caminho das conquistas que não conhecia há 30 anos.

Henrique da Costa Mecking, 54, o Mequinho, ganhou ontem o Torneio de Lodi, na Itália, onde superou 70 enxadristas (entre eles, oito Grandes Mestres), de 22 países.

Mequinho somou sete pontos em nove jogos, conquistando seu primeiro título no exterior desde 1976, quando faturou o Interzonal de Manila, nas Filipinas. Chegou a ser o terceiro no ranking mundial em 1978, atrás só dos russos Anatoly Karpov e Viktor Korchnoi.

Mequinho foi tema até de música. Raul Seixas, em 'Super-Heróis', do álbum 'Gita', de 1974, cantava: "Quem é que no Brasil não reconhece o grande trunfo do xadrez? / Saí pela tangente disfarçando uma possível estupidez / Corri para um cantinho para dali sacar o lance de mansinho.../ Advinha quem era? / Mequinho!"

Emocionado com o triunfo, Mequinho recorreu ao passado para explicar sua nova fase. "Nós, brasileiros, podemos ser campeões dos pés à cabeça", disse o enxadrista, se referindo à Copa do Mundo e repetindo uma frase que tornou-se célebre por ter sido dita pelo general-presidente Emílio Garrastazu Médici (que empregou Mequinho como assessor do governo no início dos anos 70).

Com a voz rouca e frágil, mas garantindo que está livre da miastenia gravis, doença que paralisou seus músculos, Mequinho tem um objetivo fixo: "Quero ser campeão mundial para provar a todos que Deus me curou", diz ele, que, além de enxadrista é teólogo formado.

Após um retorno fracassado no início dos anos 90 ("Ainda estava doente") e resultados discretos nas últimas temporadas, ele atribuiu seu título na Itália às aparições de Nossa Senhora de Medjugorje, na Bósnia, para onde foi após a conquista. Mequinho agora se prepara para retomar sua rotina: acordar todos os dias às 6h30, treinar caratê, correr nas ruas, rezar e, quando precisar de carro, usar seu Fusca branco 1980.

"Não posso reclamar. Eu precisava de ajuda para levantar da cama para escovar os dentes".





Fonte: 24HorasNews

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