Senador pede que MP não indicie citados por CPI dos Bingos

O voto em separado apresentado pelo senador Magno Malta (PL-ES) durante a apreciação do relatório final da CPI dos Bingos, que não pede o indiciamento de nenhum dos citados no texto, deverá ser aprovado na votação, marcada para o próximo dia 20, com o apoio da bancada governista.

O relatório da CPI dos Bingos, apresentado na semana passada, propõe a legalização do funcionamento dos bingos no País e solicita 83 pedidos de indiciamento ao Ministério Público. Entre eles, o do presidente do Sebrae e amigo de Lula, Paulo Okamotto.

"Não haverá lista de indiciados porque vou me ater ao fato determinado da CPI. Nenhum bingueiro foi ouvido ou investigado, por isso não dá para indiciar ninguém. Vou solicitar, porém, que o Ministério Público aprofunde as investigações sobre todos os temas abordados", disse Malta ao jornal Folha de S. Paulo.

Malta disse que o principal objetivo do seu voto em separado é derrubar a legalização das casas de bingos. Malta questiona também trechos do relatório que não possuiriam 'fato determinado', como as denúncias contra o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci.

O articulador do governo na CPI, senador Tião Viana (PT-AC), afirma que o relator, Garibaldi Alves (PMDB-RN) não aceita fazer concessões. "O Garibaldi não quer nem conversa", afirmou o petista, que argumenta que a CPI deveria ter investigado só casos relacionados ao bingos.

'Maior pizza da história' O líder da minoria no Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR), admite a possibilidade de o voto de Malta ser aprovado. "Se não houver pedidos de indiciamento, será a maior pizza da história", afirmou. Dias também apresentou um voto em separado ao relatório. Ele quer incluir os nomes de Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e de José Dirceu, ex-chefe da Casa Civil, na lista de indiciados.