Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Segunda - 12 de Junho de 2006 às 13:45

    Imprimir


O advogado Paulo Fabrinny Medeiros, defensor da empresária Ana Karine Roder Ricci, cuja voz aparece em uma fita cassete e, na gravação teria citado o nome de uma pessoa que estaria envolvida na morte de Sávio Brandão, fundador da Folha do Estado, fez uma severa crítica ao advogado Zaid Arbid, defensor do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, preso em Cuiabá por ser apontado como o chefe do crime organizado.

Além de criticá-lo, Fabrinny lança um desafio ao dizer que “aguarda com ansiedade, para breve, que o defensor do réu (Zaid) abandone o plenário no primeiro júri que irá enfrentar, se é que terá a coragem de ir sozinho”. O argumento citado por Fabrinny aparece num trecho do requerimento produzido por ele e enviado à 12ª Vara Criminal de Cuiabá, na sexta-feira (09).

Note outro trecho do comunicado: “o que a defesa do réu (Zaid Arbid) pretende, com requerimentos desta natureza, é criar um factóide, sem rumo ou destino, que só existe na fantasia ou na idéia de quem não milita na área criminal e muito menos em processos de competência do júri”.

A citação de Fabrinny tem a ver com a insistência de Zaid que quer o nome de Karine na lista das testemunhas de defesa de Arcanjo, acusado pelo Ministério Público Estadual de ser o mandante da morte do Sávio.

A fita cassete apareceu assim que João Arcanjo fora extraditado do Uruguai, três meses atrás. Declarações de Zaid à imprensa local apontam que na conversa que envolvera a empresária, surge o nome do parente de um desembargador e que essa pessoa era quem teria mandado matar Sávio. Até hoje ninguém sabe ao certo como surgira essa fita. O material pode não ter validade jurídica caso tenha sido gravado de modo ilegal, sem autorização da justiça.

Logo depois de Zaid Arbid entregar a fita à Justiça, Karine Ricci publicou uma nota de esclarecimento nos jornais de Cuiabá. No comunicado, ela negou que sabia algo ligado ao crime.

Já numa audiência judicial, Karine leu o seu depoimento. Disse que não teria obrigação de explicar o conteúdo do diálogo gravado. Isso porque poderia cometer crime, pois estaria “reportando uma fofoca”, na conversa gravada.

Zaid quer agora saber por meio judicial a “autoria da declaração” da empresária.

Paulo Fabrinny disse que é “evidente que autoria das declarações teve minhas orientações. Porém, Zaid insiste em fazer deste processo um circo”, cutucou o advogado.

A reportagem tentou conversar com o advogado Zaid Arbid, mas não conseguiu. Foram feitas ligações para os dois celulares do defensor. Recados foram deixados, mas não houve retorno.

A fita

A fita cassete que a empresária teria citado o nome de um suposto envolvido na morte de Sávio Brandão, foi levada por meio de Sedex, serviço dos Correios, para Campinas, onde seria periciada.

No entanto, o material chegou lá molhado e o perito o mandou de volta sem examiná-lo. A fita saiu daqui lacrada e seguiu para Campinas de avião.

Zaid propôs que o caso fosse investigado e isso tem sido feito por determinação da 12ª Vara Criminal. A Justiça pediu uma cópia da fita, mas até agora o advogado de Arcanjo não se manifestou.

Sávio Brandão foi assassinado em setembro de 2002. Quatro pessoas foram presas e condenadas pelo crime. Arcanjo foi apontado como o mandante. Reportagens publicadas contra o ex-bicheiro teriam motivado o crime.

Nova Audiência

Está marcada para o dia 23 a nova audiência das testemunhas de defesa de João Arcanjo. Três pessoas prestarão depoimentos: um delegado, a empresária Karine e uma ex-funcionária da Folha do Estado.





Fonte: Midia News

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/295206/visualizar/