Fita sobre morte de Sávio provoca ‘briga’ entre advogados
Além de criticá-lo, Fabrinny lança um desafio ao dizer que “aguarda com ansiedade, para breve, que o defensor do réu (Zaid) abandone o plenário no primeiro júri que irá enfrentar, se é que terá a coragem de ir sozinho”. O argumento citado por Fabrinny aparece num trecho do requerimento produzido por ele e enviado à 12ª Vara Criminal de Cuiabá, na sexta-feira (09).
Note outro trecho do comunicado: “o que a defesa do réu (Zaid Arbid) pretende, com requerimentos desta natureza, é criar um factóide, sem rumo ou destino, que só existe na fantasia ou na idéia de quem não milita na área criminal e muito menos em processos de competência do júri”.
A citação de Fabrinny tem a ver com a insistência de Zaid que quer o nome de Karine na lista das testemunhas de defesa de Arcanjo, acusado pelo Ministério Público Estadual de ser o mandante da morte do Sávio.
A fita cassete apareceu assim que João Arcanjo fora extraditado do Uruguai, três meses atrás. Declarações de Zaid à imprensa local apontam que na conversa que envolvera a empresária, surge o nome do parente de um desembargador e que essa pessoa era quem teria mandado matar Sávio. Até hoje ninguém sabe ao certo como surgira essa fita. O material pode não ter validade jurídica caso tenha sido gravado de modo ilegal, sem autorização da justiça.
Logo depois de Zaid Arbid entregar a fita à Justiça, Karine Ricci publicou uma nota de esclarecimento nos jornais de Cuiabá. No comunicado, ela negou que sabia algo ligado ao crime.
Já numa audiência judicial, Karine leu o seu depoimento. Disse que não teria obrigação de explicar o conteúdo do diálogo gravado. Isso porque poderia cometer crime, pois estaria “reportando uma fofoca”, na conversa gravada.
Zaid quer agora saber por meio judicial a “autoria da declaração” da empresária.
Paulo Fabrinny disse que é “evidente que autoria das declarações teve minhas orientações. Porém, Zaid insiste em fazer deste processo um circo”, cutucou o advogado.
A reportagem tentou conversar com o advogado Zaid Arbid, mas não conseguiu. Foram feitas ligações para os dois celulares do defensor. Recados foram deixados, mas não houve retorno.
A fita
A fita cassete que a empresária teria citado o nome de um suposto envolvido na morte de Sávio Brandão, foi levada por meio de Sedex, serviço dos Correios, para Campinas, onde seria periciada.
No entanto, o material chegou lá molhado e o perito o mandou de volta sem examiná-lo. A fita saiu daqui lacrada e seguiu para Campinas de avião.
Zaid propôs que o caso fosse investigado e isso tem sido feito por determinação da 12ª Vara Criminal. A Justiça pediu uma cópia da fita, mas até agora o advogado de Arcanjo não se manifestou.
Sávio Brandão foi assassinado em setembro de 2002. Quatro pessoas foram presas e condenadas pelo crime. Arcanjo foi apontado como o mandante. Reportagens publicadas contra o ex-bicheiro teriam motivado o crime.
Nova Audiência
Está marcada para o dia 23 a nova audiência das testemunhas de defesa de João Arcanjo. Três pessoas prestarão depoimentos: um delegado, a empresária Karine e uma ex-funcionária da Folha do Estado.
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