Líder do assalto ao BC é parceiro do PCC em ações criminosas
Processado na 18ª Vara Criminal Federal, no Ceará, por lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores, Alemão começou a atuar em parceria com a facção criminosa PCC em agosto de 1994, em um assalto a um carro blindado no qual dois vigilantes foram mortos e dois malotes com dinheiro foram levados. Ele está foragido. Segundo a PF, Alemão está no interior de São Paulo, sob proteção de homens do PCC.
O assaltante cearense é considerado um "primo" (simpatizante) do PCC e contribui com a facção de acordo com o que obtém nas ações criminosas que pratica. Em troca, ele recebe proteção da facção e tem à sua disposição armas.
De olho no dinheiro roubado do BC, criminosos seqüestraram Antônio Jussiê dos Santos, irmão de Alemão, em abril. Ele ficou 12 dias em um cativeiro e, após o pagamento de um resgate de R$ 70 mil, foi solto. Alemão esteve no Ceará, segundo a PF, e negociou, pelo celular, a libertação do irmão.
Ações
Entre as ações em que tentam praticar crimes voltados para o chamado capital intensivo e obter verba para a facção, os membros do PCC que atuam no Estado de São Paulo têm uma especialidade: roubar agências da Caixa Econômica Federal, sempre após seqüestrar parentes dos gerentes para obrigá-los a entregar o dinheiro do banco, ou em assaltos convencionais, com armamento.
Nessas ações, nas quais visam forçar os gerentes das agências a entregar todo o dinheiro que existe no cofre do banco, os ladrões seqüestram os familiares dele e, depois de levá-los para um cativeiro e fotografá-los sob a mira de armas ou de explosivos, partem para a pressão psicológica: ou eles facilitam o acesso ao banco, ou os familiares serão mortos.
Segundo o delegado da Polícia Federal Marcelo Sabadin Baltazar, da Delepat (Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio), "a atribuição de investigar o PCC é da Polícia Civil de São Paulo, mas "toda vez que os membros do partido [do crime, como o PCC também é chamado] atravessarem o caminho da União, baterão de frente com a Polícia Federal".
Criada em setembro de 2003, a Delepat já prendeu nos últimos três anos 20 ladrões de bancos ligados ao PCC, todos eles por roubos contra agências da Caixa Econômica Federal no Estado de São Paulo.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, em 2005 foram registrados 133 assaltos a banco em todo o Estado; no 1º trimestre deste ano, 53, ou seja, em apenas três meses de 2006, São Paulo já registrou 40% do total de roubos a banco registrados no ano anterior.
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