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Economia
Segunda - 12 de Junho de 2006 às 08:47

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A divulgação de indicadores econômicos nos Estados Unidos concentrará as atenções dos investidores nesta semana. Qualquer leitura ruim dos dados tem poder suficiente para fomentar a turbulência que agita o mercado financeiro global há um mês.

Desde a última reunião do Fomc (o Copom do banco central dos EUA), no dia 10 de maio, o mercado tem vivido em uma gangorra. As Bolsas de Valores sofreram perdas em diversas partes do mundo.

No Brasil, a Bolsa da Valores de São Paulo acumulou nos últimos 30 dias perdas de 16,45%.

Na quarta-feira, serão conhecidos os números de maio do índice de inflação ao consumidor norte-americano (CPI, na sigla em inglês). No dia seguinte, vai ser a vez de o índice de produção industrial dos EUA ser divulgado.

Os dados da economia norte-americana trarão mais sinais para os analistas avaliarem se haverá ou não um novo aumento da taxa básica americana, que está em 5% anuais. A próxima reunião do Fomc acontecerá no fim deste mês.

Na semana passada, uma onda de elevações de taxas de juros afetou negativamente o mercado acionário mundial.

Segundo informações de agências internacionais, a semana foi a pior em quase um ano para o Dow Jones, principal índice da Bolsa de Nova York. O índice teve queda de 3,16% no período.

Quando as taxas de juros sobem, acabam por estimular os investidores a vender ações, que são ativos de alto risco, e migrarem para títulos da dívida de países desenvolvidos.

Com os juros subindo em diferentes lugares, surgiu a dúvida no mercado brasileiro em relação à possibilidade de o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) continuar com o atual processo de redução dos juros básicos.

A Turquia foi a primeira a subir sua taxa, na quarta. Havia cerca de cinco anos, o BC turco não mexia nos juros do país. Na quinta, foi a vez de o BC europeu e de seus pares na Coréia do Sul e na Índia fazerem o mesmo.

Na Turquia, foi a preocupação com a escalada da inflação que levou o governo a aumentar a taxa do país, que agora está em 15%. Em maio, o índice de inflação no país anualizado bateu em 9,86%. A meta de inflação do governo turco para este ano é de 5%.

No Brasil, apesar de os números de inflação ainda serem benignos, há riscos de a alta do dólar se refletir em breve em elevação de índices de preços, principalmente os de atacado.

O IGP-DI já mostrou os perigos desse cenário, ao subir de 0,02% em abril para 0,38% em maio, segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas).

Já o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) teve alta de 0,10% em maio, o que representou, no acumulado em 12 meses, alta de 4,23% -abaixo do centro da meta de inflação para 2006, de 4,5%.

O Copom voltará a se reunir apenas em julho.

Na ata de sua última reunião, o Copom admitiu estar atento e preocupado com as turbulências internacionais e os possíveis efeitos negativos na economia brasileira.

Ao menos o dólar encerrou a semana passada em baixa, vendido a R$ 2,261. No dia 10 de maio, quando a atual onda de turbulência começou, o dólar era vendido a R$ 2,06. No dia 24, o dólar bateu nos R$ 2,40.

Na sexta, o Tesouro Nacional concluiu a operação de recompra de títulos da dívida pública no mercado internacional. O governo afirmou que poderia comprar até US$ 4 bilhões em papéis, mas os investidores venderam só US$ 1,1 bilhão.





Fonte: Olhar Direto

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