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Nacional
Sexta - 01 de Fevereiro de 2013 às 18:38

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Os primeiros resultados divulgados pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo (SP), na manhã desta sexta-feira (1º), descartam a possibilidade de contaminação por bactéria nos lotes de soro fisiológico usados nos exames de ressonância magnética de três pacientes em hospital de Campinas (SP). Eles morreram após o procedimento. O secretário municipal de Saúde, Cármino de Souza, afirma que não foram encontrados na substância endotoxinas, parte da parede celular de algumas bactérias que só são liberadas após a destruição da célula do microorganismo.
 
Apesar da divulgação dos primeiros laudos, os lotes de soro seguem interditados para a realização de outras análises, como presença de fungos e alteração química. A superdosagem de contraste, produto químico usado na ressonância que ajuda na visualização dos órgãos, também foi descartada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de acordo com Cármino de Souza. Durante a reconstituição dos exames no Hospital Vera Cruz realizada pela Polícia Civil na tarde de quinta-feira (31), a hipótese de falha humana e nos equipamentos foi rejeitada, segundo o secretário.
 
Os funcionários que realizaram as ressonâncias nas três vítimas participaram dos trabalhos. "Eles foram adequados e estamos mais propensos para a linha toxicológica. A checagem da bomba de infusão não mostrou aumento de volume ou velocidade. Para os nossos técnicos e da Anvisa, não houve problema no equipamento", explica Cármino de Souza.
 
Dois pacientes usaram esta bomba para aplicar os remédios. No terceiro caso, a aplicação foi feita por seringa. O secretário de Saúde afirmou que os primeiros resultados dos exames de necrópsia, feitos pelo Instituto Médico Legal (IML) nos corpos das vítimas, também devem ser divulgados nesta sexta-feira pela Polícia Civil. Entre as informações que podem ser disponibilizadas estão a análise histológica, que verifica se existe colônia de bactérias no organismo, e análise toxicológia, que verifica presença de substâncias químicas.
 
A conclusão das investigações policiais do caso depende de outros resultados da perícia e da avaliação feita pelo Instituto Adolfo Lutz em medicamentos usados nos exames. A possibilidade de sabotagem também é analisada.
 
Policial internado
 Cármino de Souza ponderou ao falar sobre o policial militar que foi internado na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Frei Galvão, em Guaratinguetá (SP), após receber contraste para ser submetido ao exame de ressonância magnética. "Nós precisamos tomar um pouco de cuidado com boatos daqui para frente, cada caso deve ser analisado. Estamos em contato com o Centro de Vigilância Epidemiológica para saber do que se trata", alegou.
 
Alteração no fígado
 Segundo a gerente de Regulação e Controle Sanitário da Anvisa, Maria Ângela da Paz, os exames das vítimas indicaram aumento da enzima transaminase, o que revela uma disfunção hepática. A rápida evolução do quadro clínico também chama a atenção e é outro ponto em comum. Os três pacientes morreram cerca de 1h30 após a ressonância magnética.
 
"Mais dificuldades"
 A diretora da Vigilância em Saúde, Brigina Kemp, admitiu que o fato de uma paciente ter realizado o exame de ressonância magnética no Hospital Vera Cruz, após as três vítimas fatais, deixa as investigações sobre a causa dos óbitos mais complexa.
 
"É uma ocorrência inusitada. Saber que uma outra pessoa fez o exame traz mais dificuldades", falou. Segundo a gerente da Anvisa, a paciente fez o exame na mesma sala das vítimas, usou a mesma medicação e não houve reações adversas.
 
Alerta nacional
 A Anvisa divulgou um alerta nacional sobre os lotes de soro e contrates usados nos exames feitos pelos pacientes mortos, e que foram interditados de forma cautelar no estado de São Paulo. "Enquanto não tivermos certeza da relação de causa e efeito do uso do contraste a Vigilância vai manter esses lotes em observação", explicou a gerente.
 
O caso
 Três pessoas morreram entre a tarde e a noite do dia 28 de janeiro após realizarem exames de ressonância magnética no hospital particular Vera Cruz, em Campinas. A Vigilância em Saúde interditou o setor responsável pelo procedimento da unidade de saúde por tempo indeterminado.
 
Entre as vítimas estão a administradora de empresa Mayra Cristina Augusto Monteiro, de 25 anos, que deixa uma filha de 4 anos. Também morreu o paciente de Santa Rita de Cássia, o zelador Manuel Pereira de Souza, de 39 anos, casado e pai de uma filha de 6 anos. O terceiro paciente é Pedro José Ribeiro Porto Filho, de 36 anos.





Fonte: Do G1

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