Displicente, Portugal bate a fraca Angola por 1 x 0

Um início frenético nos cinco primeiros minutos de jogo e depois uma equipe aparentemente sem muita vontade de atacar o adversário. Esse foi o resumo da vitória por 1 x 0 de Portugal sobre Angola neste domingo.

A falta de objetividade dos portugueses, principalmente no segundo tempo, com muitos toques laterais e poucas jogadas verticais, levou os torcedores a vaiarem os vice-campeões europeus nas arquibancadas do Estádio de Colônia.

Outro efeito colateral da displicência dos lusitanos foi a chegada com perigo da seleção de Angola, estreante em Mundiais, pelo menos duas vezes ao gol de Ricardo.

Portugal e México lideram o Grupo D, com três pontos. Neste domingo, os mexicanos venceram o Irã por 3 x 1.

Os portugueses começaram a partida mostrando superioridade em relação aos estreantes africanos. Antes de o primeiro minuto estar completo, Pauleta chutou cruzado e a bola saiu a direita do gol de João Ricardo.

O forte ritmo imprimido pelos comandados de Luiz Felipe Scolari não demorou a dar resultado. Aos quatro minutos, Figo, jogador mais inspirado da partida, arrancou pelo lado esquerdo do meio-campo, deu um drible da vaca no lento angolano Jamba e deu o gol de presente a Pauleta.

A partir daí os portugueses passaram a tocar mais a bola e a agredirem menos a defesa angolana. Angola, por sua vez, passou a incomodar mais a retaguarda lusitana. Como aos 24 minutos, quando o capitão Akwa chutou de bicicleta por cima do gol de Ricardo, e aos 42, quando André Macanga chutou de longe e obrigou o goleiro português a fazer boa defesa.

Ainda no primeiro tempo, Cristiano Ronaldo esteve perto de marcar o segundo por duas vezes. A primeira com uma cabeçada no travessão após cobrança de escanteio de Figo, e a segunda depois de receber do lateral Miguel dentro da área, bater firme e ver João Ricardo fazer grande defesa.

A segunda etapa foi sonolenta. As substituições feitas por Scolari, como a saída do apagado Cristiano Ronaldo para a entrada de Costinha, não foram o bastante para animar a equipe a buscar o segundo gol.

Os angolanos limitavam-se a chutes de longa distância sem muita direção e sem assustar muito Ricardo.

E se a voz do povo é a voz de Deus, é bom os portugueses começarem a se preocupar. No fim da partida, os torcedores no Estádio de Colônia já gritavam: "Angola! Angola!" Escalações:



Angola:

1-João Ricardo; 20-Loco, 3-Jamba, 5-Kali, 21-Delgado; 8-André Macanga, 7-Paulo Figueiredo (6-Miloy), 14-Mendonça, 11-Mateus; 10-Akwa (cap) (9-Mantorras), 17-Zé Kalanga (13-Edson)

Técnico: Luís de Oliveira Gonçalves

Portugal:

1-Ricardo; 13-Miguel, 16-Ricardo Carvalho, 5-Fernando Meira, 14-Nuno Valente; 19-Tiago (10-Hugo Viana), 11-Simão, 8-Petit (18-Maniche); 7-Luís Figo (cap), 9-Pauleta, 17-Cristiano Ronaldo (6-Costinha) Técnico: Luiz Felipe Scolari

Árbitro: Jorge Larrionda (Uruguai)