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Economia
Domingo - 11 de Junho de 2006 às 14:57

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O déficit tecnológico em Mato Grosso atinge um contingente de 2,453 milhões de habitantes, entre pessoas que não têm acesso a pelo menos um dos serviços de energia elétrica, telefonia fixa, internet ou que não tem computador. Essa parcela representa 89,8% da população total de Mato Grosso, de 2,730 milhões de habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além dos aspectos sociais, a conta do atraso nessa rede de infra-estrutura de telecomunicações e energia será mais do que nunca cobrada pelos investidores, com a reforma tributária. Com o fim de novas concessões de incentivos fiscais, o setor empresarial exigirá mais ainda esses itens como condição para aportar novos investimentos no Estado.

Conforme os dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE, divulgada este ano, 195,346 mil pessoas em Mato Grosso ainda não dispõem de energia elétrica em casa, 7,15% da população do Estado. O grupo que não tem telefone fixo chega a 1,075 milhão. A maior lacuna no acesso fica por conta da fatia que não têm computador, de 2,453 milhões de habitantes. Entre os que têm o equipamento, 86,663 mil não estão ligados à internet.

Essa rede de comunicação e o abastecimento de energia elétrica são premissas básicas no custo do "Risco MT", conforme destaca o consultor econômico da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Carlos Vitor Timo. Ao lançar mão das teorias econômicas, Timo explica que esses 2 fatores integram a infra-estrutura econômica, baseada na logística de transportes, comunicação e serviços bancários disponíveis, entre outros indicadores. "Tudo isso é mais ou menos determinante de acordo com o ramo de atividade do empreendimento, mas certamente isso afeta e muito a competitividade de Mato Grosso no cenário nacional".

Com a suspensão da concessão de incentivos tributários, os Estados passarão do que hoje é uma verdadeira guerra fiscal para a oferta com mais intensidade do apelo da infra-estrutura existente. "A decisão do local do empreendimento vai deixar de ser pautada pelos incentivos fiscais e quem tiver a melhor infra-estrutura econômica e social vai ganhar a parada".

Timo ressalta que essa mudança de eixo afeta diretamente as políticas públicas de investimentos. Ele pontua que o Estado terá que rever o direcionamento da aplicação de recursos, com maior ênfase para a realização de obras no setor elétrico e em pavimentação, por exemplo. "O que está em jogo é uma grande ameaça à economia de Mato Grosso".

A reforma tributária tem como objetivos a unificação das normas e alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), ampliação de recursos federais para os municípios, o fim da guerra fiscal entre os Estados e a criação de um fundo nacional para reduzir as desigualdades regionais. O último item é alvo de críticas por Mato Grosso ante o volume do fundo de R$ 2 bilhões, considerado irrisório.





Fonte: Gazeta Digital

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