Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Sexta - 01 de Fevereiro de 2013 às 16:58

    Imprimir


A Polícia Civil divulgou na tarde desta sexta-feira que três estabelecimentos comerciais foram interditados durante a força-tarefa para fiscalização de casas noturnas de Florianópolis (SC), desencadeada após a tragédia que deixou mais de 230 mortos em uma boate de Santa Maria (RS). Além das três interdições, dez empresários foram ouvidos na manhã de hoje pelo gerente estadual de Fiscalização de Jogos e Diversões Públicas, Adalberto Luiz Safanelli.

Na quinta-feira, foram intimados 31 estabelecimentos - entre restaurantes bares e clubes noturnos -, que são ouvidos no Centro de Ensino do Corpo de Bombeiros, onde foi montada a força-tarefa composta pela Polícia Civil, Bombeiros, Ministério Público, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-SC) e a prefeitura. Além de ouvidos, os empresários têm seus documentos verificados para regularizar as condições para a emissão dos alvarás.

As fiscalizações também foram reforçadas em cidades do interior catarinense. Em Blumenau, a Delegacia Regional de Polícia, junto com o Ministério Público, Bombeiros e órgãos municipais, ampliou o rigor na fiscalização de casas noturnas na região. Segundo o delegado regional Rodrigo Emanuel Marchetti, a preocupação com a intensificação da fiscalização nos estabelecimentos comerciais começou antes mesmo do evento ocorrido no Rio Grande do Sul.

"Como no final do mês de fevereiro acontece o vencimento dos alvarás anuais expedidos pela Polícia Civil de Santa Catarina, no início de todos os anos, nossas equipes passam mais tempo nas ruas, para fiscalizar e lembrar os proprietários da necessidade de atualização e regularização dos estabelecimentos", explica Marchetti.

A Delegacia Regional de Joinville também intensificou as fiscalizações em estabelecimentos que reúnem grande concentração de pessoas - boates, bares, igrejas, templos, ginásios esportivos e outros. Na quinta-feira, o delegado regional de Joinville, Dirceu Silveira, apresentou o pedido oficial para a prefeitura revogar os alvarás de funcionamento de duas casas noturnas.

Segundo Silveira, a comissão verificou que estas duas casas não atendem itens de segurança, especialmente na parte de prevenção de incêndio, saídas de emergência e acessibilidade. Os dois locais não foram fechados porque os donos apresentaram liminares judiciais para manter o local aberto.

Incêndio na Boate Kiss
Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada do dia 27 de janeiro, em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo tenha iniciado com um artefato pirotécnico lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.

Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou, foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate, e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.

A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos. A tragédia gerou uma onda de solidariedade tanto no Brasil quanto no exterior.

Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas.

Na segunda-feira, quatro pessoas foram presas temporariamente - dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Sphor, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffman, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a Polícia Civil investigava documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergiam sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.

A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.





Fonte: Terra

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/29546/visualizar/