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Nacional
Domingo - 11 de Junho de 2006 às 10:55

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O formando da Faculdade de Direito da USP Jefferson Siqueira de Brito Alvarez, 26 anos, pediu esclarecimentos à direção da escola para apurar uma suposta fraude nos serviços da entidade. Jefferson conta que pagou uma taxa de R$ 85 pelo serviço de caligrafia em seu diploma, mas, ao receber o documento, notou que ele era impresso, e não manuscrito.

"Desconfiei da exigência de depósito de R$ 85 em uma conta corrente de pessoa física pelo serviço de caligrafia, além da taxa da tesouraria da faculdade, de R$ 30. Quando recebi o diploma, no fim de abril, ficou claro que não era caligrafado", disse ao jornal Folha de S.Paulo.

Após a queixa do ex-aluno, a escola determinou a abertura de uma sindicância para investigar o funcionário Mario Paulino da Silva Sobrinho, apontado como a pessoa responsável por essa cobrança dos formandos. Paulino ocupava o cargo comissionado de assistente acadêmico, cargo que, na hierarquia da entidade, vem atrás do diretor e do vice-diretor da faculdade.

Eduardo Cesar Silveira Vita Marchi, diretor da faculdade e professor titular de direito romano, disse à Folha ter ficado surpreso com a denúncia. "Quando o indiquei, não tinha nenhuma notícia de processo administrativo ou de sindicância contra ele", disse Marchi. Após do caso se tornar público, porém, Marchi afirmou ter ouvido de outro professor que o funcionário, contratado sem concurso público, em 1973, "talvez tenha tido problemas na pós-graduação".

O diretor afirmou ainda que não descarta a participação de outros funcionários na fraude da caligrafia e que isso será verificado pela comissão de sindicância, instaurada em 12 de maio e que tem prazo de 60 dias para ser concluída. A comissão também investigará se Paulino indicou como calígrafa sua mulher.

Apesar de a USP permitir ao formando a livre contratação de calígrafos, na Faculdade de Direito, até o ano passado, o formulário para requisição do diploma trazia o número da conta corrente de uma só calígrafa, para que o aluno depositasse R$ 85 pelo serviço. Após a denúncia, Marchi determinou uma tomada de preços pela impressão de diplomas e constatou que a média cobrada pelo serviço é de R$ 30.





Fonte: Terra

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