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Nacional
Sábado - 10 de Junho de 2006 às 22:30

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Centenas de milhares de espanhóis participaram no sábado de um protesto contra os planos de realização de conversas de paz entre o governo e os separatistas bascos do ETA. Os manifestantes exigiram que os guerrilheiros deponham suas armas. Enrolados em bandeiras da Espanha e carregando fotos de seus mortos, famílias das vítimas do ETA uniram-se a políticos de oposição em Madri para atacar o plano do primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero para pôr fim aos 38 anos de violência da guerrilha.

Sobreviventes das explosões de bombas num trem em Madri, em 2004, também protestaram, juntamente com milhares de pessoas de classe média, exigindo que o governo socialista aprofunde as investigações dos ataques, que mataram 191 pessoas. "Queremos saber a verdade!", gritavam eles na Plaza Colón, em Madri.

Uma investigação de dois anos sobre os ataques descartou o envolvimento do grupo armado basco, mas o oposicionista Partido Popular (PP) e grupos de pessoas ligadas às vítimas afirmam que o ETA pode ter tido participação nos ataques de 2004. "O governo tem o apoio das pessoas para derrotar o ETA, mas não tem o apoio para negociar por ganhos políticos ou permitir que os assassinos obtenham ganhos políticos que custaram tantas vidas", disse a jornalistas o presidente do PP, Mariano Rajoy. Sobre a cabeça dele, um cartaz dizia: "Negociação! Não em meu nome!".

O ETA é responsabilizado por mais de 800 mortes na luta da organização por uma pátria independente no norte da Espanha e sudoeste da França. O governo espanhol anunciou planos de realizar conversações com o ETA depois que a organização declarou um cessar-fogo permanente, em março. O ETA rompeu cessar-fogos duas vezes na década dos anos 1990 e os espanhóis de todo o espectro político querem prova de que o grupo abandonou a violência antes do início das conversações.

Zapatero pretende anunciar ainda este mês se o ETA respeitou o seu cessar-fogo e se as negociações podem começar. O ex-governo do PP não conseguiu pôr fim à violência do ETA e se Zapatero tiver sucesso, ele teria um grande impulso político.

O processo de paz atingiu um obstáculo esta semana, quando o PP interrompeu a cooperação com o governo, em protesto contra uma reunião planejada entre autoridades socialistas e o Batasuna, partido separatista basco que foi banido por ter laços com o ETA.

Preocupado em não arruinar as conversações de paz, Rajoy disse na sexta-feira que se reuniria com Zapatero para discutir a questão do ETA se o presidente o convidasse.





Fonte: Reuters

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